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Transparência

Esposa de lobista nega que marido irá delatar corrupção em tribunais

STF conduz caso que implica STJ e tribunais estaduais como MT e MS
Gabriel Maymone -
Andreson está preso desde novembro por suspeita de intermediar venda de sentenças nos tribunais de MT, MS e STJ (Reprodução)

A advogada Mirian Ribeiro negou que o marido, Andreson Gonçalves de Oliveira irá fazer acordo de colaboração premiada para delatar em tribunais.

O lobista é considerado peça-chave em investigações e está preso por suspeita de intermediar venda de sentenças. A partir dele foram desencadeadas as operações Última Rátio, em Mato Grosso do Sul, e Sianmes, no Mato Grosso. Além disso, a Polícia Federal investiga atuação de servidores em ao menos três gabinetes do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a segunda Corte mais importante do país.

Atualmente, as investigações são tocadas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Cristiano Zanin. No dia 22 de abril, o magistrado prorrogou por tempo indeterminado o afastamento de quatro desembargadores do (Tribunal de Justiça de MS):

Conforme publicado pela Veja, a advogada afirma que o marido tem enfrentado dificuldades de saúde na prisão, já que ele é bariátrico e possui severas restrições alimentares.

“Estive com meu marido na manhã do dia 28 de abril, durante visita autorizada, e, ao longo de mais de duas horas de conversa, em momento algum houve qualquer cogitação sobre a possibilidade de delação. Acredito, ainda, que não há o que delatar”, diz Mirian.

Ainda conforme a esposa de Andreson, a família dele seria contra qualquer tipo de negociação. “Meu esposo não apresenta condições físicas e, tampouco, psicológicas para discernir ou tomar qualquer decisão a respeito de uma suposta delação. Esclareço que não comungo da ideia exposta, a qual também não representa a vontade da família ou das partes envolvidas na situação”, segue Mirian.

Recentemente, o Jornal Midiamax mostrou que Andreson reclamou de estarem ‘forçando’ uma delação. Agora, após a transferência, a defesa de Andreson compara a situação com métodos da Lava Jato e diz que a mudança seria uma forma de ‘tortura’ para tentar obter delação premiada.

A informação sobre possível delação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, que teria obtido informações junto a uma pessoa ligada às investigações.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) não comentou sobre possíveis tratativas para uma delação.

Leia também – De falso policial a dono de mansões e resort: quem é o lobista preso que vendia sentenças em MS

Operação que prendeu lobista é desdobramento de ação em MS

A operação Sisamnes é desdobramento da Operação Ultima Ratio, que afastou cinco desembargadores de MS por suspeita de venda de sentenças.

Equipes cumpriram mandados nas casas dos desembargadores do MT, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Os dois já estavam afastados desde agosto por decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Foram afastados dos cargos: Sérgio Fernandes Martins — que foi autorizado a voltar às funções desde 10 de dezembro —, além dos desembargadores Vladmir Abreu, Sideni Pimentel, Alexandre Aguiar Bastos e Marcos José de Brito Rodrigues. Além deles, o ministro também determinou afastamento do conselheiro Osmar Jeronymo, do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS).

Dessa forma, Andreson é apontado como intermediador de venda de sentenças. Relatório da investigação da PF mostrou laços que o lobista mantinha com o Felix Jayme Nunes da Cunha, também investigado.

Em nota, a PF diz que investiga também “negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais”.

Conforme as investigações, Andreson tinha acesso privilegiado a decisões antecipadas de ministros do STJ. Assim, vendia sua influência para garantir decisões favoráveis a advogados.

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Lobista e ligação suspeita com advogado de Campo Grande

Em uma das conversas interceptadas entre Andreson e Félix, a investigação flagrou suposta negociação de decisão no STJ: “Mais (sic) falo que a pessoa só tinha 290 mil para pagar. Isso aqui é café”.

Dessa forma, a PF conclui que “Salvo melhor juízo, as frases proferidas levam a crer que ANDRESON estaria insinuando que a quantia de R$ 290.000,00 seria considerada irrisória para o pagamento de propina”, segundo trecho do documento.

Despacho assinado pelo ministro do STJ, Francisco Falcão, baseado nas investigações da PF, indica que Felix recebeu, em 2017, R$ 1,1 milhão da empresa Florais Transporte, cujo proprietário é Andreson de Oliveira Gonçalves.

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