Mais uma vez, um dos réus pelo esquema que desviou milhões de Sidrolândia tenta derrubar as investigações. Dessa vez, a empresária Maxilaine Dias de Oliveira, da Master Blocos (CNPJ 06.000.098/0001-63), acusa o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) de juntar provas ilícitas na ação penal da Tromper.
Conforme o MP (Ministério Público), o esquema era chefiado pelo ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), quando ocupou cargo de secretário de Fazenda, durante a gestão da sogra, ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo. Faziam parte do grupo empresários e servidores, além do político.
Conforme o advogado Michael de Andrade, que representa a empresária no processo, a denúncia do MP seria baseada em prints de conversas no WhatsApp que teriam sido obtidas sem autorização judicial. “Estamos diante de uma ação arbitrária praticada pelo MPE e de uma flagrante violação da privacidade do ora acusado, que, além da falta de autorização para a interceptação, contaminou todas as provas colhidas e utilizadas como prova para sustentar a Denúncia ofertada, visto que as Provas obtidas de forma ilegal devem ser consideradas para todos os efeitos como Provas Ilícitas, e carecem da imediata declaração se sua Nulidade Absoluta com Prova neste Processo“, diz trecho de manifestação apresentada na sexta-feira (25) à Justiça.
Assim, a defesa da empresária pede que o juiz responsável pelo caso, Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, declare nula decisão que recebeu a denúncia, ou seja, que o processo seja anulado.
Não é a primeira vez que réu da Tromper tenta anular o processo.
A defesa do próprio Claudinho Serra já havia tentado declarar a incompetência do juízo de Sidrolândia para apreciar os autos.
Nesses dois anos, o processo na Justiça juntou mais de 7 mil páginas, com 27 réus acusados de mais de 12 fatos criminosos envolvendo diversas licitações e duas delações premiadas até agora.
Tromper começou investigando empresários e servidores

Em 18 de maio de 2023, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) tomou as ruas de Sidrolândia para cumprir mandados de busca e apreensão contra empresários e servidores.
O alvo era a empresa Rocamora Serviços de Escritório Administrativo Eirelli, do empresário Ricardo José Rocamora Alves, que seria por onde passava a maior parte das notas frias emitidas no esquema.
A firma havia conquistado mais de R$ 2,3 milhões em contratos com a administração municipal, de itens que vão de chaveiros a merenda escolar, fato que chamou atenção dos investigadores.
Vereador do PSDB comandou esquema de corrupção

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Por fim, a Tromper chegou à sua fase mais importante. Em 3 de abril de 2024, o Gaeco foi novamente às ruas e prendeu o então vereador de Campo Grande Claudinho Serra, por chefiar todo o esquema.
O político só conseguiu assumir uma cadeira na Câmara após manobra do PSDB, já que ficou somente como suplente no pleito municipal.
Ainda assim, Serra ganhou confiança da cúpula do PSDB e era um dos ‘pupilos’ do partido.
Conforme revelaram as investigações, Claudinho cobrava uma espécie de ‘dízimo’ que variava de 10% a 30% sobre o valor dos contratos dos empresários. Quem não se ‘acertava’ com o chefe era barrado de licitações no município.
As informações foram reveladas na delação premiada de Basso.
Quem foi implicado na 3ª fase da Tromper?
Nessa fase, 22 se tornaram réus:
- Saulo Ferreira Jimenes – empresário de Sidrolândia
- Claudio Jordão de Almeida Serra Filho – vereador apontado como líder da organização criminosa
- Carmo Name Junior – ex-assessor parlamentar de Claudinho Serra
- Ueverton da Silva Macedo – empresário de Sidrolândia
- Ricardo José Rocamora Alves – empresário de Sidrolândia
- Thiago Rodrigues Alves – ex-servidor do Governo do Estado ligado à Agesul e a empreiteiras
- Milton Matheus Paiva Matos – advogado de Sidrolândia
- Ana Cláudia Alves Flores – ex-pregoeira da Prefeitura de Sidrolândia
- Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa – ex-chefe de licitações da Prefeitura de Sidrolândia
- Luiz Gustavo Justiniano Marcondes – empresário de Sidrolândia
- Jacqueline Mendonça Leiria – empresária de Sidrolândia
- Heberton Mendonça da Silva – empresário e ex-assessor parlamentar de Claudinho Serra
- Roger William Thompson Teixeira de Andrade – empresário de Sidrolândia
- Valdemir Santos Monção – assessor parlamentar na Alems
- Cleiton Nonato Correia – empresário dono da GC Obras de Pavimentação
- Edmilson Rosa – empresário dono da AR Pavimentação
- Fernanda Regina Saltareli – empresária sócia da CGS Pavimentações e Terraplanagem
- Maxilaine Dias de Oliveira – empresária da Master Blocos
- Roberta de Souza – ex-servidora de Sidrolândia
- Yuri Morais Caetano – ex-estagiário do MPMS em Sidrolândia
- Rafael Soares Rodrigues – ex-secretário de Educação de Sidrolândia
- Paulo Vitor Famea – ex-secretário-adjunto da Assistência Social de Sidrolândia
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