O Governo de Mato Grosso do Sul e a empresa Bracell assinaram na manhã desta terça-feira (6) um termo de concessão de incentivos fiscais para a instalação de um nova fábrica de celulose no Estado. O investimento deve somar R$ 16 bilhões.
O incentivo garante a segurança jurídica para viabilizar a instalação do empreendimento em Bataguassu, sendo a sexta planta destinada à matéria-prima em MS e a primeira de celulose solúvel. Eduardo Riedel (PSDB), governador de MS, e o presidente da Abracell, Praveen Singhavi, assinaram o termo.
A reunião também tratou do processo de licenciamento ambiental para a construção da fábrica. Vale lembrar que a empresa já entregou o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) e a licença prévia deve sair até dezembro.

Vale da celulose
Mato Grosso do Sul tem o reconhecimento nacional como o “Vale da Celulose”, tendo 24% da produção nacional. O Estado já dispõe da segunda maior área cultivada de eucalipto e o primeiro na produção de madeira em tora para papel e celulose. Também ocupa a vice-liderança em área plantada com árvores, ficando atrás apenas de Minas Gerais.
A cadeia produtiva florestal em MS gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. Conta com quatro fábricas de celulose em operação, já tendo iniciado a construção da quinta — da Arauco, em Inocência — e confirmada a sexta (Bracell).
Nova fábrica de celulose em MS
O projeto da Bracell contempla duas possibilidades operacionais. Uma na produção de celulose kraft, voltada ao mercado de papel e embalagens, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas por ano. Ou, ainda, uma configuração mista, que combinará a produção de celulose kraft e celulose solúvel.
A celulose solúvel é utilizada principalmente na fabricação de fibras como viscose, modal e lyocell. Diferente da celulose tradicional, seu processo de produção exige maior pureza e controle técnico. Isto resulta em um insumo de elevado valor comercial que tem conquistado cada vez mais espaço na indústria têxtil como um tecido sustentável.
Impacto ambiental
Conforme o estudo de impacto ambiental, a planta da Bracell deve ficar distante cerca de 9 km do centro de Bataguassu. Além disso, a expectativa é que gere 12 mil empregos na fase de construção e aproximadamente 2 mil funcionários durante o funcionamento, entre próprios e terceirizados.
Segundo o estudo, os profissionais que vierem de fora da região terão alojamentos para se acomodar durante a implantação do empreendimento, assim como na rede hoteleira e imóveis em Bataguassu.
A princípio serão dois alojamentos com capacidade de 5 mil trabalhadores. O prazo previsto para implantação do empreendimento será de até 38 meses.
Por conta das “interferências” na infraestrutura e na dinâmica do município, a empresa deverá incentivar o retorno da mão de obra utilizada para os seus municípios de origem.
“[…] deverá realizar o trabalho de conscientização com os funcionários e as empresas terceirizadas, de modo a orientar os funcionários sobre: prostituição infantil, drogas, doenças sexualmente transmissíveis, etc. Além de abordar assuntos como saúde, higiene e segurança no Programa de Educação Ambiental junto à comunidade”, diz o relatório.
Além disso, o relatório conclui que a maioria dos impactos negativos identificados concentra-se no meio físico para os quais foram propostas medidas mitigadoras, que são ações que visam a redução ou minimização destes impactos.
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*Matéria editada às 16h04 para correção de informação