Agesul prorroga paralisação de mais um trecho de rodovia de R$ 38 milhões de Patrola

Obras para ‘integração do Pantanal’ seguem paradas desde junho de 2023

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Rodovia MS-228, no Pantanal (Divulgação, Agesul)

Dias após prorrogar paralisação de cascalhamento em trecho da MS-228, a Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul) postergou a implantação de outro trecho da mesma rodovia por mais seis meses. Assim, obra de prolongamento da via em mais 45 km para ligar a ponte sobre o Rio Taquari até a MS-214 está parada desde junho de 2023, por determinação do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS) após constatar falta de licença ambiental.

No entanto, a Agesul afirma que os licenciamentos estão ‘em dia’, mas que há problemas com fornecedores de materiais. Assim, as obras continuam paradas pelo menos até junho de 2025, quando completarão dois anos de inércia. A reportagem solicitou à agência informações sobre a nova paralisação, mas ainda sem resposta. O espaço segue aberto para manifestação.

Ambas as obras são tocadas pela empreiteira Andre L. dos Santos Eireli (CNPJ 08.594.032/0001-74). Somente para o prolongamento da rodovia, a empresa mantém contrato de R$ 38 milhões em contrato que quase dobrou de valor desde que foi firmado, em 2021, ainda na gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja.

Reportagem desta terça-feira (4) do Jornal Midiamax mostra que o MPMS (Ministério Público de MS) denunciou servidores que compuseram comissão de licitação de outro contrato firmado entre Agesul e Patrola para cascalhamento da mesma MS-228.

Ou seja, segundo dados oficiais do MP, a licitação teria sido direcionada ao empreiteiro Patrola – já apontado anteriormente como ‘laranja’ de políticos -, com obras iniciadas sem licença ambiental e contratos turbinados com aditivos que duplicaram os valores iniciais.

Além disso, reportagem do Jornal Midiamax já revelou que Patrola comprava fazendas no entorno de rodovias que ele mesmo construía no Pantanal.

Rodovia MS-228 está ‘caindo aos pedaços’ (Reprodução)

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Paralisação

A paralisação iniciou em junho de 2023, depois que o Jornal Midiamax denunciou irregularidades em obras tocadas por Patrola no Pantanal. Inclusive, revelando que o empreiteiro comprou fazendas no entorno de rodovias as quais ganhou contratos milionários para asfaltar ou cascalhar.

Depois disso, o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) mandou paralisar as obras na MS-228 e MS-214 por falta de licença ambiental.

O que o Midiamax denunciou na série de reportagens foi o desmatamento desenfreado e ilegal em várias áreas no Pantanal. O empreiteiro Patrola, por exemplo, é dono de fazenda que fica nas margens da MS-228, onde tem contratos firmados para obras.

Patrola é denunciado por corrupção

Em 2023, Patrola e outros empreiteiros foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por desvios em contratos de cascalhamento e locação de máquinas que ultrapassam R$ 300 milhões, segundo investigações.

Também figuram entre os denunciados o ex-secretário de obras da Prefeitura de Campo Grande, Rudi Fioresi, empreiteiros, supostos laranjas da organização criminosa e servidores.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, no total 12 pessoas foram denunciadas por crimes como peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

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