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Transparência

Vanda indicou pregoeira presa em Sidrolândia para Consórcio Central MS, que licita para 4 cidades

A servidora foi designada pela prefeita de Sidrolândia e ficou um ano no consórcio
Renata Portela -
Prefeitura de Sidrolândia (Henrique Arakaki, Midiamax)

Ana Cláudia Alves Flores, pregoeira exonerada da Prefeitura de na última semana, após ser presa preventivamente na Operação Tromper, também atuava nas licitações do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região Central de . Ela ficou um ano no Consórcio.

Conforme o diretor-executivo do Consórcio Central MS, Vanderlei Bispo, a pregoeira foi designada pela prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), para atuar no Consórcio. Isso, porque já era pregoeira naquele município.

Essa designação aconteceu em meados de abril de 2023. Bispo ainda confirmou que, com a exoneração de Ana Cláudia da Prefeitura de Sidrolândia, ela automaticamente é desligada do Consórcio.

Agora em 2024, o cargo passa a se chamar “agente de contratação de fase externa”, aquele que conduz o certame no dia, mas não atua na fase interna, a fase anterior. Na Operação Tromper, Ana Cláudia é acusada de direcionar licitações para os empresários que integravam o grupo criminoso.

Sobre possível investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) sobre os contratos firmados a partir da atuação de Ana Cláudia no Consórcio, Vanderlei Bispo indicou que ainda não houve solicitação, mas que o órgão está à disposição para auxiliar em qualquer investigação.

A licitação mais recente em que Ana Cláudia atuaria é referente à compra de ar-condicionado. Neste caso, ela foi substituída e o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) já aprovou o certame, que agora está em fase de recurso pelas empresas participantes.

Consórcio Central MS

O Consórcio foi inaugurado em fevereiro de 2023, pela prefeita de , Adriane Lopes (PP), com a presença dos prefeitos dos quatro municípios que integram.

O intuito do Consórcio é o de resolver problemas relacionados às mais variadas áreas, desde resíduos sólidos, recapeamento, até estradas vicinais.

Assim, a gestão associada e cooperada tem a premissa de buscar soluções em conjunto, podendo, cada município, propor e executar medidas locais e regionais para promover o desenvolvimento.

Nomeada para fraudar licitações

As investigações da Operação Tromper indicam que Ana Cláudia foi nomeada no mês de junho de 2022 para ocupar cargo em comissão de Chefe de Setor de Compras e Licitação de Sidrolândia. Essa nomeação teria sido mediada por Claudinho Serra (PSDB), vereador de Campo Grande e na época secretário de Fazenda naquele município.

Ainda nas investigações constam vários prints de conversas entre Ana Cláudia e os investigados, especialmente Ricardo José Rocamora, empresário que permaneceu meses foragido até ser localizado e preso nesta última fase da operação.

As conversas demonstram como o grupo se organizava para vencer as licitações, a partir do comando de Claudinho Serra, apontado como ‘chefe’. Ana repassava para Rocamora quem se inscrevia nas licitações, os valores dos lances, preços e documentos.

Com isso, a empresa conseguia ajustar as informações na inscrição para sair como vencedora dos certames. A pregoeira chegava a encaminhar a captura da tela do sistema de licitações para o empresário.

Isso para indicar quem eram os outros participantes, “demonstrando de forma categórica o nível de comprometimento em auxiliar o grupo criminoso na empreitada criminosa”, aponta o MPMS.

Também eram informados quais pregões sairiam nos dias seguintes, para que as empresas se preparassem.

Prisão preventiva

Continua preso até a manhã desta terça-feira (9) o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), empossado no dia 7 de março após Ademir Santana (PSDB) deixar a cadeira na Câmara para atuar na campanha de Beto Pereira (PSDB) para a Prefeitura de Campo Grande. Claudinho completa 6 dias preso preventivamente.

A terceira fase da Operação Tromper foi deflagrada na última quarta-feira (3) pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar. Na ocasião, foram presas 8 pessoas.

Também foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão. O vereador Claudinho Serra foi preso em casa, no Damha II, e encaminhado para o Centro de Triagem em Campo Grande. Na sexta-feira (5), a defesa tentou pedido de liberdade.

O pedido de foi feito em 2º grau, já que o vereador tem foro. No entanto, o relator Emerson Cafure, da 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) declarou incompetência para julgar o feito.

Isso, porque já tramitam em 2º grau outros pedidos de habeas corpus no âmbito da Operação Tromper. Um pedido em específico é do advogado Milton Paiva, alvo de mandado de busca na segunda fase da operação, que tentava anular o mandado e assim as provas obtidas.

Portanto, foi redistribuído o pedido de habeas corpus, que deve ser julgado pela 2ª Câmara Criminal, pelo desembargador José Ale Ahmad Neto. Também entraram com pedidos de liberdade as defesas de dois servidores de Sidrolândia, exonerados após a operação.

Depoimentos e pedidos de liberdade

A partir desta terça-feira (9), os presos começam a prestar depoimento. A pregoeira Ana Cláudia Flores, exonerada pela prefeita Vanda Camilo (PP), que é sogra do agora vereador Claudinho Serra, deve prestar depoimento neste dia, conforme informado pelo advogado David Olindo.

A defesa afirmou ainda que deve ser intimada novamente, já que o depoimento seria em Sidrolândia. No entanto, como Ana está no presídio em Campo Grande, deve prestar depoimento na Capital.

Além disso, o advogado relatou que pretende conversar com ela sobre um possível acordo com o MPMS. Ele também afirmou que a Prefeitura de Sidrolândia instaurou um processo administrativo para apurar a conduta de Ana no cargo que atuava.

Porém, ela era concursada como assistente administrativa. Apesar disso, ela foi realocada para atuar como pregoeira. “Vou cuidar do que pode ser melhor para a Ana Cláudia”, declarou o advogado, que já entrou com pedido de liberdade para a cliente.

Na quarta-feira (10), devem prestar depoimento Claudinho Serra e Ueverton Macedo, o ‘Frescura’. Ueverton foi alvo da segunda fase da Operação Tromper, em julho de 2023. Ele acabou solto após pedido de liberdade e agora voltou a ser preso na terceira fase, no dia 3 de março.

No mesmo dia, será ouvido Marcus Vinícius Rossetini de Andrade Costa, ex-chefe de licitações de Sidrolândia. O advogado Marcos Ivan já entrou com pedido de liberdade, que deve ser reforçado na audiência.

“São provas colhidas ‘pós invasão pelo Gaeco’ para a construção das provas. Ou seja, eram meros indícios contra o alvo da operação que resultou indiferente as condições dos demais a um cárcere desproporcional e desnecessário”, afirma o advogado.

Também estão presos Carmo Name Júnior, que atuava como assessor parlamentar de Claudinho Serra, como terceirizado, e o empresário Ricardo José Rocamora, que ficou foragido por meses desde a segunda fase da Operação Tromper.

Ainda o advogado Milton Matheus Paiva Matos, de Sidrolândia, que também foi alvo da segunda fase da operação, e Thiago Rodrigues Alves, ex-servidor estadual ligado a Claudinho e também a empresas investigadas.

Terceira fase da operação

Esta é a terceira fase da Operação Tromper, que apura os crimes de corrupção e de fraudes em licitações em Sidrolândia. Desta vez, foi preso o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), apontado como líder da organização criminosa pelo Gecoc.

Conforme o procedimento de investigação, as licitações eram fraudadas por meio do então secretário de Fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra. Para isso, integravam o grupo outros servidores do município, além de empresários que eram os vencedores das licitações.

A partir daí, no decorrer da execução dos contratos, eram realizados empenhos visando apenas o desvio de dinheiro. Ou seja, o pagamento feito pelo Município para as empresas, que, na verdade, servia apenas para o bolso dos investigados porque não resultava em serviços para a cidade.

Depois disso eram emitidas as notas fiscais forjadas. “Apurou-se que os valores a título de propina eram repassados conforme a necessidade e/ou exigência de agentes políticos e servidores públicos, sendo a partir de então estipulado pelos empresários a margem de lucro que seria aplicada sobre o valor repassado (propina), em quais contratos púbicos recairiam as cobranças dos valores, bem como quais produtos formalmente licitados constariam nas notas fiscais forjadas”, aponta a investigação.

Em uma das conversas de Ueverton Macedo, empresário também preso na operação, ele fala sobre a necessidade de emitir notas fiscais fraudulentas. Essa necessidade teria surgido a pedido de Claudinho Serra.

Ueverton conversava com Tiago Basso, então servidor de Sidrolândia e responsável pela emissão das notas, enquanto chefe de setor de execuções e fiscalização no município. Em conversa flagrada pelo Gecoc, Ueverton pede uma nota fria relacionada ao setor de obras.

Nesse caso, não seria fornecido qualquer produto, nem mesmo seria executado algum serviço.

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