Pular para o conteúdo
Transparência

Sessão para decidir manter ações ‘isoladas’ contra JBS por mau cheiro em Campo Grande é retirada de pauta

4ª Câmara Cível iria confirmar ou alterar decisão provisória do relator que havia proferido decisão a favor da JBS
Gabriel Maymone -
Moradores protestam contra mau cheiro exalado pela unidade da JBS no Nova Campo Grande (Reprodução)

O desembargador Vladimir Abreu da Silva – relator – retirou da pauta de julgamento que iria analisar decisão de manter ‘isoladas’ ações de moradores do bairro Nova contra a JBS por mau cheiro. A sessão estava prevista para ser realizada na tarde de terça-feira (9) e ainda não há nova data para ser analisada pela 4ª Câmara Cível.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o número de ações individuais de moradores contra a indústria pode chegar a 200.

Após denúncia do Jornal Midiamax sobre o fedor que persistia no bairro mesmo depois de multa e acordo firmado com o MPMS (Ministério Público de ), moradores inundaram o judiciário com ações pedindo ao frigorífico por danos causados por conta da situação.

Em decisão de primeira instância, o juiz Atílio César de Oliveira Júnior da 12ª Vara Cível de Competência Residual havia declinado da competência e remetendo o processo para a Vara de Direitos Difusos e Coletivos. Ou seja, visando uma condenação que afeta um grupo de pessoas.

No entanto, a JBS recorreu e conseguiu uma decisão monocrática – de apenas um magistrado que ainda será analisada pelo colegiado para confirmar ou não – favorável, determinando que o processo seja julgado pela Vara Residual.

Isso significa que uma decisão que for favorável a determinado morador não irá recair sobre os demais que ingressaram com ação na Justiça.

“Até o pronunciamento do Colegiado, penso que o feito deve permanecer no Juízo da 12ª Vara Cível Residual, até mesmo como forma de evitar tumulto processual, em caso de eventual provimento do recurso”, determinou o desembargador.

Leia também – JBS briga para manter separadas ações de moradores por mau cheiro causado em frigorífico de Campo Grande

Conflito de competência

Na ação, a defesa de uma moradora pediu a conexão entre ações que tratam sobre o assunto, sendo a 1ª que foi impetrada no dia 28 de fevereiro. No entanto, o juiz Atílio César de Oliveira Júnior, da 12ª Vara de Competência Residual – que é a responsável por julgar matérias que não sejam da competência dos demais segmentos do Judiciário -, declinou da competência e entendeu que o caso “envolve direito difuso, tendo em vista que se trata de ação discutindo direito ambiental, envolvendo, ainda, matéria que envolve o Estatuto da Cidade, daí porque a competência é da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, consoante determina o art. 2º, alínea “u”, da Resolução nº 221, de 1º de setembro de 1994″, disse em decisão liminar (provisória).

Então, a JBS não se conformou com a decisão e entrou com recurso em 2º grau e teve pedido atendido provisoriamente pelo desembargador Vladimir.

Para a JBS, exalar mau cheiro e fumaça em todo o bairro não é um problema coletivo. À Justiça, a empresa afirma que a moradora “sustenta como causa de pedir, a ocorrência de fumaça e mau cheiro decorrentes da atividade do frigorífico, requerendo, ao final, pedidos de indenização por danos morais ambientais, obrigação de fazer para regularização da proliferação de fumaça e implantação de métodos eficientes de dreno de ar etc…, bem como perdas e danos, enfim, trata-se de ação de inegável natureza econômico-patrimonial para defesa de interesse individual e disponível”.

Confira: VÍDEO: Moradores relatam ‘pior madrugada’ de fedor e pedem denúncia de frigorífico em Campo Grande

‘Enxurrada’ de ações

O número de ações pedindo indenização por prejuízos causados pelo mau cheiro pode chegar a 200. O valor pedido varia de R$ 25 mil, R$ 50 mil, R$ 75 mil ou R$ 150 mil a depender da quantidade de pessoas que entraram contra o frigorífico no mesmo processo. Além disso, também é pedido indenização por desvalorização dos imóveis da região. 

Nos processos, os advogados alegam que a planta frigorífica da JBS/SA opera atividade potencialmente poluidora que gera “incômodo e aflição” nos moradores da região e os obriga a se trancar nos imóveis para fugir dos transtornos.

“O mau cheiro é sentido por um dos nossos sentidos e significa que o ar está poluído, cheio de fuligem, vermes, bactérias e vírus”, afirmou o Wellington Barbero Biava, um dos sócios do escritório Siqueira & Biava que defende os moradores nas ações.

O que diz a JBS?

“A JBS opera todas as suas atividades em conformidade com a legislação ambiental e mantém rígidos padrões de segurança no descarte dos resíduos de sua atividade industrial. Em relação a sua unidade frigorífica Campo Grande I, esclarece que não firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) relativo ao controle de emissões atmosféricas. 

Ressalta, ainda, que recente fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) não detectou inconformidades diretamente relacionadas ao mau cheiro na região da Nova Campo Grande. 

O TAC firmado se refere ao curtume da empresa que está localizado em outro local, e não guarda relação com a emissão de odores. A companhia está atenta às demandas da comunidade do Nova Campo Grande e se mantém à disposição para dialogar com os moradores da região”, afirma o texto. 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Plinko meu diário de lançamentos e pequenos ganhos

TCE-MS realiza live para esclarecer condições para recebimento de recursos do VAAR

Vacinação contra a gripe

Corumbá terá mutirão de vacinação contra a Influenza neste sábado

Bolsonaro defende que deveria ser beneficiado com suspensão de ação de Ramagem pela Câmara

Notícias mais lidas agora

STF determina retirada de tornozeleira e retorno de Waldir Neves ao TCE-MS

Corpo de mulher que desapareceu após briga com marido é encontrado em rio

Juíza nega pedido de David Chita e mantém ação por fraude no Detran-MS

Vista aérea de Paranaíba (Foto: Parada Dez)

Prefeitura de Paranaíba abre seleção com 33 vagas e salários de até R$ 4,6 mil

Últimas Notícias

Política

Após eleição suplementar, TRE-MS julga contas do PT de Paranhos como não prestadas

Eleição aconteceu em 6 de abril

Cotidiano

Anta sobrevivente de incêndio no Pantanal tem foto premiada em concurso internacional

Animal foi resgatado em condições debilitadas em 2024

Polícia

Denúncia de corpo encontrado em mata no Parque dos Laranjais mobiliza polícia e bombeiros

Equipes realizam buscas na região após a denúncia

Cotidiano

Abalo sísmico ocorreu a 100 km de Sonora e gerou 16 ‘réplicas’ na região, explica sismólogo

Ocorrências são relativamente comuns, principalmente na região do Pantanal