Sesi diz que deixa R$ 131 milhões parados para ‘investir em tecnologia’ em Mato Grosso do Sul
Relatório da CGU aponta que entidade do sistema Fiems apresenta déficit operacional de R$ 24,6 milhões
Gabriel Maymone –
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A CGU (Controladoria-Geral da União) identificou que o Sesi-MS (Serviço Social da Indústria no Estado de Mato Grosso do Sul) – que faz parte do sistema Fiems – possui R$ 131,9 milhões em aplicações financeiras sem destinação para serviços sociais, que é o objetivo da entidade, considerando a sua natureza sem fins lucrativos. A análise foi feita a partir de balanços fornecidos pelo próprio Sesi referentes aos anos de 2018 a 2022.
Em manifestação do Sesi enviada à CGU e que consta no relatório da auditoria, a entidade afirmou que “direciona os recursos financeiros provenientes de exercícios anteriores para investimentos tanto em infraestrutura física quanto tecnológica”.
No entanto, a resposta não atende ao questionamento da CGU. “Não aborda de maneira específica a questão da existência de normas internas, estudos, critérios ou condições para a utilização dos saldos de recursos existentes em aplicações financeiras”, diz o relatório.
Apesar disso, o Sesi-MS apresentou déficit operacional de R$ 24,6 milhões no ano de 2022 – mais recente da análise -, ou seja, os valores das despesas foram maiores que os da receita operacional. Vale ressaltar que o rombo foi amenizado por transferências do Departamento Nacional do Sesi.
Assim, a auditoria elaborada pelo órgão de controle identificou a falta de normas para que esses valores sejam aplicados na destinação da entidade, que é o serviço social. Logo, a primeira recomendação feita pela CGU é a elaboração de um plano de aplicação para destinar parte desses recursos existentes em aplicações financeiras em ações finalísticas.
Outra recomendação feita pela CGU ao Sesi é a elaboração de estudos para melhorar a eficiência na alocação de recursos destinados à ampliação de unidades existentes ou instalação de novas unidades.
Dependência
Outro ponto identificado na auditoria foi o alto grau de imobilização do patrimônio líquido do Sesi. Em outras palavras, isso significa um risco para a saúde financeira da entidade, que está cada vez mais dependente de recursos de terceiros para a manutenção de suas atividades, conforme o relatório da CGU.
Conforme o balanço do Sesi, a porcentagem de imobilização do patrimônio líquido saltou de 53,4% em 2018 para 66,56%. Isso significa que a entidade está cada vez mais dependente de recursos de terceiros para a manutenção das suas atividades, o que é comprovado pelo déficit apresentado.
Imóveis parados
Também foi identificada pela auditoria a existência de imóveis ociosos. Ou seja, que não estão sendo utilizados ou gerando renda, como aluguel ou arrendamento, por exemplo.
Dessa forma, a terceira recomendação do órgão de controle é que o Sesi realize estudos para otimizar a utilização desses imóveis para a prestação de serviços ao público-alvo – trabalhadores da indústria. No caso de inviabilidade, que sejam desfeitos.
Nesse quesito, foram identificadas 25 áreas nos municípios de Campo Grande e Três Lagoas.
Em resposta à CGU, a entidade afirmou que realiza estudos e que um terreno em Três Lagoas possui projeto para implantação de creche e espaço destinado para treinamentos e capacitações dos trabalhadores da indústria.
No entanto, a CGU conclui que não houve resposta sobre os demais imóveis e manteve a recomendação.
A reportagem acionou a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) para comentar sobre as recomendações da CGU, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestação.
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