A Prefeitura de Corumbá suspendeu contrato de mais de R$ 7 milhões com a empresa Agility Servicos Integrados Ltda (CNPJ 41.757.793/0001-75). A empresa foi alvo de operação que investigou esquema de corrupção.

A suspensão do contrato nº 11/2024 consta no DOE (Diário Oficial da União) desta segunda-feira (12). Esse contrato foi firmado para serviços de reforma e adequação do antigo armazém ferroviário – NOB, para futuras instalações da sede do CAC (Centro de Atendimento ao Cidadão).

Ao Jornal Midiamax, o prefeito Marcelo Iunes (PSDB) disse que suspendeu a contratação a partir de recomendação do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul). Contudo, disse que deve conversar com a Corte sobre o contrato.

“Vamos conversar com o pessoal do TCE para liberar as obras do CIE, que está com mais de 70% concluída, e do Centro de Saúde da Mulher que também está finalizando ou pedir ordem de relicitações, a obra do CAC a empresa pediu distrato e a outra obra (Eco Pantanal) já foi concluída e entregue”, disse.

Investigação

Vale ressaltar que a investigação da PF concluiu que o verdadeiro proprietário da empresa seria o Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla.

Também foram alvos de busca e apreensão pela PF as casas dos servidores: Thamíris Lemos Franco Gonçalves (coordenadora do setor de licitação de obras) e do superintendente de serviços públicos.

Ainda conforme declaração do prefeito à reportagem, não haverá exoneração de nenhum servidor.

Além disso, a reportagem do Jornal Midiamax apurou que, apesar dos contratos milionários com o município, a sede da empresa – apontada no CNPJ – localiza-se em terreno baldio, conforme imagens coletadas em maio de 2024 pelo Google Street Views.

Dessa forma, apesar de não ter concluído nenhuma das obras pelas quais ganhou contratos e ser alvo da PF, a Agility continua com contratos vigentes para executar os serviços no município.

Secretário teria criado empresas para ‘fisgar’ contratos milionários

Operação “João Romão”, da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União), apurou que o secretário Ricardo Campos Ametlla teria criado empresa que venceu licitações para obras, cujos valores ultrapassam os R$ 12 milhões.

Conforme nota oficial da PF, as investigações iniciaram em 2021 e mostram que ele seria o verdadeiro dono da empresa Agility Serviços Integrados Ltda. “Ainda durante as investigações foi possível colher indícios de irregularidades que teriam permitido a empresa suspeita ter capacidade financeira e técnica para participar dos certames licitatórios que venceu”, diz a PF.

Agentes da PF chegam à delegacia com documentos e computador apreendidos (Weber Reis- Folha MS)

Em Corumbá, as equipes estiveram na prefeitura e residência do Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla, da coordenadora do setor de licitação de obras, Thamíris Lemos Franco Gonçalves e do superintendente de serviços públicos.

A reportagem do Jornal Midiamax apurou que, no total, a equipe cumpriu 14 mandados de busca e apreensão. A PF apreendeu uma caminhonete Toyota Hilux do secretário Ricardo e outros dois veículos, além de documentos, computador e dinheiro – cerca de R$ 40 mil em Campo Grande e R$ 60 mil em Corumbá.

Já em Campo Grande, a PF apreendeu documentos na representante da empresa.

“Foram alvos da operação um servidor público, servidores comissionados e efetivos envolvidos nas autorizações e fiscalizações das obras executadas, além de pessoas responsáveis pelas empresas”, diz a PF em nota.