Com genro na cadeia, prefeita de Sidrolândia aumenta contrato investigado para R$ 8,8 milhões

Prefeita de Sidrolândia aditivou contrato investigado em esquema de corrupção chefiado pelo genro, Claudinho Serra, segundo Gecoc

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CG e AR Pavimentação, em Campo Grande (Reprodução, site oficial)

A prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), publicou nesta terça-feira (9) um termo aditivo que eleva para mais de R$ 8,8 milhões o contrato com a GC Obras de Pavimentação Asfáltica Eireli (CNPJ 16.907.526/0001-90).

A empreiteira e o contrato são investigados na terceira fase da Operação Tromper, que colocou na cadeia o genro da prefeita, Claudinho Serra.

Ele é vereador do PSDB em Campo Grande e, segundo as investigações, supostamente chefiava esquema de corrupção que desviou dinheiro público da Prefeitura de Sidrolândia nos últimos anos.

Além de Claudinho Serra, mais 7 foram presos a pedido do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e prestam depoimentos nesta semana.

O reajuste no valor do contrato investigado está no Diário da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Além da própria prefeita de Sidrolândia, o empreiteiro também assina o extrato do termo aditivo.

Conforme a publicação, foi aditivado o contrato 35/2023 com a GC Obras de Pavimentação Asfáltica Eireli (CNPJ 16.907.526/0001-90). O valor acrescido é de R$ 470.625,07, chegando ao total de R$ 8.884.254,95.

O contrato é referente à pavimentação e drenagem de vias públicas na cidade de Sidrolândia. No entanto, o termo tem data de 26 de março, uma semana antes da terceira fase da Operação Tromper, que ocorreu em 3 de abril.

Empreiteiro pagou fiança para deixar a prisão

A GC foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão e funciona no mesmo local que a AR Pavimentação e Sinalização Ltda (CNPJ 28.660.716/0001-34).

Além disso, o empreiteiro Cleiton Nonato Correia foi preso em flagrante na Operação Tromper, na quarta-feira (3). Ele é proprietário da GC e foi flagrado com uma arma de fogo.

No cumprimento de mandado de busca e apreensão no local onde funcionam as duas empresas, CG e AR Pavimentação, a Polícia Militar encontrou a arma de fogo. Assim, uma pistola 9mm e munições foram apreendidas, sem registro ou documentação.

Por isso, Cleiton foi detido em flagrante e encaminhado para a delegacia. Ele afirmou que guardava a arma para Thiago Rodrigues Alves, que também é um dos alvos da operação e foi preso preventivamente.

Para garantir a liberdade do acusado, foi determinado pelo juiz Jorge Tadashi Kuramoto o pagamento de fiança no valor de R$ 15 mil. O valor foi pago no mesmo dia e o empresário liberado.

Empreiteira criada logo após prefeita de Sidrolândia entregar ‘cofre’ para Claudinho Serra

De acordo com o Gecoc, a empresa GC, de Cleiton, foi criada aproximadamente 80 dias após Claudinho Serra (PSDB) assumir como secretário municipal de Fazenda, nomeado pela sogra, a prefeita de Sidrolândia, no início de 2022.

Logo após a criação, a empresa venceu licitações e firmou contratos de pavimentação. Além dessa ligação entre Cleiton e Claudinho, Thiago Alves também seria um elo. Isso porque Thiago é ex-assessor de Claudinho Serra.

Claudinho não foi eleito, mas ficou como suplente de vereador em Campo Grande.

Mesmo assim, assumiu a cadeira definitivamente em março, quando Ademir Santana (PSDB) renunciou ao mandato de vereador para trabalhar na pré-candidatura de Beto Pereira (PSDB) à Prefeitura de Campo Grande.

Investigados lidavam com verba da Agesul

Nas investigações, o Gecoc cita Thiago como pessoa influente na Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). Ele supostamente seria uma espécie de ‘contato’ entre o órgão estadual e a organização criada assim que Vanda Camilo assumiu como prefeita de Sidrolândia.

Além dos contratos da GC com Sidrolândia, a AR Pavimentação atualmente tem R$ 50 milhões em contratos com a Agesul. Thiago chegou a ocupar cargo no Governo do Estado entre 2020 e 2021, na Secretaria de Governo e com salário de aproximadamente R$ 15 mil.

Além disso, os outros dois assessores parlamentares de Claudinho também são investigados, sendo que Carmo Name Júnior foi preso e o outro, Heberton, teve contra ele um mandado de busca e apreensão.

O advogado de Cleiton, Cleyton Baeve, entrou com pedido de liberdade provisória. Já o sócio, Edmilson Rosa, teve fiança arbitrada em R$ 1,5 mil e foi liberado no mesmo dia da prisão, também pela posse de arma de fogo.

Confira a lista dos presos na Operação Tromper:

  • Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho (Claudinho Serra);
  • Carmo Name Júnior;
  • Ueverton da Silva Macedo;
  • Ricardo José Rocamora Alves;
  • Milton Matheus Paiva Matos;
  • Ana Cláudia Alves Flores;
  • Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa;
  • Thiago Rodrigues Alves.

A operação também cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, incluindo nos endereços dos oito réus que foram alvos de prisão.

Lista dos alvos de busca e apreensão na Operação Tromper:

  • 1) Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho;
  • 2) Carmo Name Júnior;
  • 3) Ueverton da Silva Macedo;
  • 4) Ricardo José Rocamora Alves;
  • 5) Milton Matheus Paiva Matos;
  • 6) Ana Cláudia Alves Flores;
  • 7) Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa;
  • 8) Thiago Rodrigues Alves;
  • 9) Luiz Gustavo Justiniano Marcondes;
  • 10 Jacqueline Mendonça Leiria;
  • 11) MP Assessoria e Consultoria e Serviços Ltda;
  • 12) Rafael Soares Rodrigues;
  • 13) Paulo Vítor Famea;
  • 14) Heberton Mendonça da Silva;
  • 15) Roger William Thompson Teixeira de Andrade;
  • 16) Roberta de Souza;
  • 17) Valdemir Santos Monção;
  • 18) Cleiton Nonato Correia;
  • 19) GC Obras de Pavimentação Asfáltica Ltda;
  • 20) Edmilson Rosa;
  • 21) Ar Pavimentação e Sinalização;
  • 22) Fernanda Regina Saltareli;
  • 23) CGS Construtora e Serviços;
  • 24) Izaquel de Souza Diniz (Gabriel Auto Car);
  • 25) Yuri Morais Caetano;
  • 26) Maxilaine Dias de Oliveira (pessoa física);
  • 27) Maxilaine Dias de Oliveira LTDA (pessoa jurídica);
  • 28) Jânio José Silvério.

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