Operador de esquema que fraudou R$ 68 milhões em contratos na saúde e educação se livra de tornozeleira

Gerente financeiro é primo de irmãos empresários que comandavam esquema com participação de servidores

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Imagens da Operação Turn Off, que prendeu irmãos e primo (Divulgação Gaeco / Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Gerente financeiro e operador de esquema de fraudes milionárias em contratos com o Governo do Estado, Victor Leite de Andrade livrou-se de usar tornozeleira eletrônica. Ele foi preso na 1ª fase da Operação Turn Off, que implicou os irmãos e empresários Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho – primos de Victor.

Em decisão publicada no Diário da Justiça desta segunda-feira (24), o desembargador Emerson Cafure deferiu o pedido da defesa. “Apenas para revogar a cautelar de monitoração eletrônica do paciente Victor Leite de Andrade […] mantendo inalteradas as demais determinações da decisão anterior”. Além disso, o magistrado ressaltou que surgimento de novos fatos ou descumprimento de demais medidas cautelares podem resultar em nova prisão preventiva.

Por outro lado, seus primos, os empresário Lucas e Sérgio tiveram pedido de liberdade negado e continuam presos, em decisão proferida por Cafure, relator do caso, na semana passada.

A dupla já havia sido presa na 1ª fase da operação, em 2023, mas foi solta com medida cautelar. No entanto, as investigações apontaram que eles iniciaram a prática de lavagem de dinheiro após a revogação da prisão, ocultando bens em valores que superam os R$ 10 milhões, que seriam fruto de dinheiro público desviado pela dupla, segundo o Gaeco.

Operação Parasita: Esquema revelado

Na Operação Parasita, deflagrada em dezembro de 2022, os celulares de Lucas e Sérgio foram apreendidos. A partir dos dados extraídos, foi descoberta a rede de fraudes em licitações e corrupção, que chegou até os órgãos estaduais por participação de servidores.

Local onde ficavam empresas de Sérgio (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Um dos contratos foi para fornecimento de ar-condicionado para a SED (Secretaria Estadual de Educação), no valor de R$ 13 milhões. A licitação teria sido direcionada e contado com participação da servidora da educação, Andréa Cristina Souza Lima.

Com isso, a empresa vencedora do certame foi a Comercial Isototal Eireli (CNPJ 06.305.092/0001-02). Tudo foi feito mediante pagamento de propina, aponta o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), com parte do dinheiro passado para Andréa e parte para a empresa do então secretário-adjunto da pasta, Edio Antônio Resende de Castro.

Esquema em família

Ainda conforme as investigações, o esquema comandado pelos irmãos envolvia outros membros da família. Por exemplo, pagamentos feitos ao então secretário-adjunto eram feitos por meio de Victor Leite de Andrade – implicado na 1ª fase da operação -, que é primo de Lucas e Sérgio. Victor é gerente de um posto de combustíveis que pertence aos primos.

Em outro pregão, o MPMS identificou que a empresa vencedora foi a Isomed Diagnósticos Eireli-ME (CNPJ 22.027.664/0001-87), que tem como proprietária a esposa de Sérgio, uma médica. Para vencer o contrato, ela também teria contado com ajuda dos servidores investigados, Simone e Thiago Haruo Mishima.

Em outro pregão, com quatro lotes, dois foram conquistados pela Comercial Isototal Eireli – de propriedade de Lucas -, enquanto outros dois lotes foram conquistados por uma empresa do tio de Lucas e Sérgio.

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