Pular para o conteúdo
Transparência

Morador de MS paga R$ 5 mil e assiste a curso sobre democracia para se livrar de ação do 8 de janeiro

Este é o terceiro sul-mato-grossense a firmar acordo com o STF
Renata Portela -
Atos em 8 de janeiro (Agência Brasil)

Eliel Alves é o terceiro morador de Mato Grosso do Sul a firmar acordo de não persecução penal com o STF (Supremo Tribunal Federal), após participar dos atos de 8 de janeiro de 2023. Foram 21 acordos homologados na última semana, totalizando 102.

Esse acordo feito entre os réus e o Ministério Público consiste na confissão dos crimes. Com isso, o réu passa a cumprir determinações feitas pela Procuradoria-Geral da União e, a partir da validação do STF, é decretado o fim da possibilidade de punição.

Ou seja, é encerrada a ação contra o acusado, que não responderá criminalmente. Esse acordo foi oferecido aos réus que respondiam por associação criminosa e incitação ao crime, delitos considerados de menor gravidade.

Eles ficaram acampados em frente aos quartéis, mas não teriam participado da tentativa de golpe de Estado, obstrução dos Poderes da República ou dano ao patrimônio público.

No caso de Eliel, ele deverá cumprir 150 horas de prestação de serviços e fazer o pagamento de prestação pecuniária no montante de R$ 5.000,00.3. Ainda está proibido de ter redes sociais até que cumpra todas as condições do acordo.

Também deverá participar de curso sobre democracia, oferecido pela PGR, com carga horária de 12 horas, em formato audiovisual. Eliel terá que cessar as práticas delitivas objetos da ação penal e não pode ser processado por outros crimes.

Condenações

Carlos Roberto Silva Santos foi o mais recente sul-mato-grossense condenado por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele deverá cumprir um total de 17 anos, entre reclusão e detenção, mais multa e indenização por danos morais coletivos de R$ 30 milhões.

Além de Carlos, outros 6 réus também já foram condenados e devem cumprir penas parecidas. São eles Fábio Jatchuk Bullman, Djalma Salvino dos Reis, Ivair Tiago de Almeida, Ilson César Almeida de Oliveira, Diego Eduardo e Eric Prates Kobayashi.

Já Alexandre Henrique Kessler fez um acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da União, assim como Leandro do Nascimento Cavalcante. Ou seja, os dois não serão processados, já que confessaram os crimes e agora deverão cumprir medidas cautelares.

Conforme despachos do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre e Leandro firmaram os acordos, que foram homologados pelo STF.

Desta forma, os réus devem cumprir algumas condições, como o serviço comunitário de 150 horas totais, num mínimo de 30 horas por mês, para Alexandre e 300 horas totais para Leandro.

Ainda o pagamento de prestação pecuniária de R$ 5 mil. Os dois também estão proibidos de usar as redes sociais até a extinção das condições do acordo.

Por fim, terão que fazer um curso sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado, com carga horária de 12 horas, sendo quatro módulos de três horas. Com o acordo, ficam revogadas as medidas cautelares impostas.

8 de janeiro de 2023

Em janeiro de 2023, a Capital Federal, , era tomada por atos antidemocráticos com depredação aos Três Poderes. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), praticaram atos de vandalismo em Brasília com envolvimento de moradores de Mato Grosso do Sul.

Em 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), milhares de apoiares de Bolsonaro invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal e causaram depredação.

Após os atos antidemocráticos, a AGU (Advocacia-Geral da União) pediu o bloqueio de R$ 18,5 milhões em bens de pelo menos 52 financiadores identificados.

Em Mato Grosso do Sul, 32 pessoas chegaram a ser presas após envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Além disso, outros 11 sul-mato-grossenses ficaram sob monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.

Prejuízos de R$ 12 milhões ao STF

No fim de 2023, o STF atualizou as despesas com as perdas materiais diante dos atos. Antes, a Corte tinha registrado um gasto de R$ 11,4 milhões.

Ao todo, 951 itens foram furtados, quebrados ou completamente destruídos. Um custo de R$ 8,6 milhões. Entre o material estão quatro fotografias de Sebastião Salgado (R$ 784 mil) e 10 câmeras de vídeo da TV Justiça (R$ 2 milhões).

O Supremo ainda desembolsou R$ 3,4 milhões com a reconstrução do plenário da Corte, um dos locais mais depredados pelos vândalos.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados