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Transparência

Laços Ocultos: Empreiteiro que ficou meses foragido deve seguir para presídio

Na época da operação a defesa chegou a culpar o MPMS por errar endereço
Renata Portela -
Dinheiro apreendido na operação em novembro de 2023 (Divulgação, MPMS)

No sábado (30), um dia após a prisão preventiva, o empreiteiro Júlio Arantes Varoni, de 61 anos, passou por audiência de custódia. Na ocasião, é avaliada a condição da prisão do réu, que foi um dos alvos da Operação Laços Ocultos em 16 de novembro de 2023.

Logo após a prisão, a defesa de Júlio chegou a pedir a revogação, para liberdade provisória. No entanto, o juiz plantonista, Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, não conheceu o pedido, uma vez que o reexame da prisão preventiva deve ser feito pela Comarca de .

Ou seja, tal decisão é de responsabilidade da Comarca que determinou e expediu mandado de prisão para o réu. Com isso, a audiência de custódia apenas analisou as condições físicas do preso, para entender se houve alguma agressão ou abuso durante a abordagem, o que não foi identificado.

Com isso, Júlio agora deve seguir para um presídio do Estado. O Midiamax contatou a defesa para saber se deve ser feito novo pedido de liberdade e aguarda retorno. A reportagem foi escrita com base em documento oficial e está passível de edição para acréscimo de posicionamento.

Preso após passar meses foragido

Júlio Arantes Varoni, foi preso nesta sexta-feira (29), em Corguinho, a 77 quilômetros de . O empreiteiro foi detido na área rural da cidade e encaminhado para a delegacia local.

Na época da operação, Júlio ficou foragido. Ele é dono da empresa Mariju Engenharia (CNPJ 06.011.516/0001-18) e suspeito de envolvimento no esquema de fraudes em licitações coordenado pelo vereador afastado Valter Brito da Silva (PSDB).

Após a operação, a defesa de Júlio alegou que ele não era considerado foragido porque o endereço que constava no mandado de prisão tinha erro, argumentando culpa do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Assim, a defesa chegou a pedir a revogação da prisão preventiva. Na decisão do desembargador relator, Luiz Claudio Bonassini da Silva, é apontada suspeita de crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

O desembargador apontou que Júlio foi sócio de outras empresas investigadas e teria celebrado vários contratos com Amambai, por meio de licitações que seriam fraudulentas.

Júlio também teria feito várias transações financeiras com outras pessoas investigadas. Para o desembargador, havia a necessidade de prisão. “Cumpre mencionar que o representado, após a deflagração da operação, empreendeu fuga, deixou seu domicílio, e atualmente está foragido, furtando-se à aplicação da lei penal”, diz a decisão.

Operação Laços Ocultos

A operação denominada Laços Ocultos, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), cumpriu mandados contra grupo especializado na fraude de licitações em novembro de 2023.

Conforme detalhado pelo Gecoc, foram 6 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão. Mandados foram cumpridos nas casas dos investigados, ainda na Prefeitura de Amambai e no gabinete do vereador, de onde foram apreendidos documentos.

A investigação identificou que a organização criminosa atuava há anos fraudando licitações públicas, voltadas para contratação de empresas especializadas em obras e serviços de engenharia em Amambai.

Essas empresas estariam ligadas a familiares dos servidores, com sócios ocultos. Nos últimos 6 anos, os valores dos contratos ultrapassaram os R$ 78 milhões.

Duas das empresas têm atualmente mais de 20 contratos vigentes com o município. Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente, detectaram ainda o superfaturamento e inexecução parcial.

Ainda mais, o Gecoc identificou pagamento de propina das empresas do grupo criminoso em benefício dos parlamentares e servidores públicos responsáveis pela fiscalização dessas obras.

A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e da força tática da Polícia Militar. O nome da operação, Laços Ocultos, se deu pelo vínculo entre os investigados.

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