Um dos alvos da Operação Laços Ocultos, que evidenciou um esquema de fraudes em licitações esquematizado em Amambai, mas com vínculos em outras cidades de Mato Grosso do Sul, empreiteiro ainda estaria . No entanto, alegou que a culpa é do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que errou o endereço.

A defesa do empresário Júlio Arantes Varoni, dono da Mariju Engenharia (CNPJ 06.011.516/0001-18), pediu a revogação da prisão preventiva. Na decisão do desembargador relator Luiz Claudio Bonassini da Silva é apontada suspeita de crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

Ainda conforme a decisão, as provas apresentadas seriam frágeis. No pedido, os advogados afirmam que Júlio não representa risco enquanto em liberdade, já que não é agente político e nem tem contato com os outros investigados.

Para os advogados, Júlio não é considerado foragido, porque o endereço que consta no mandado de prisão tem erro. O desembargador apontou que Júlio foi sócio de outras empresas investigadas e teria celebrado vários contratos com Amambai, por meio de licitações que seriam fraudulentas.

Júlio também teria feito várias transações financeiras com outras pessoas investigadas. Para o desembargador, há necessidade de prisão. “Cumpre mencionar que o representado, após a deflagração da operação, empreendeu fuga, deixou seu domicílio, e atualmente está foragido, furtando-se à aplicação da lei penal”, diz a decisão.

Até o momento, os alvos da operação tiveram os pedidos de liberdade negados. O Midiamax tentou contato com a defesa de Júlio, mas até o momento não teve retorno. O espaço fica aberto para manifestação.

‘Laranjas’ presos

Nos últimos dias, empresários apontados como ‘laranjas’ do vereador Valter Brito da Silva () tiveram pedidos de liberdade negados pelo desembargador relator Luiz Claudio Bonassini da Silva.

Um dos empresários é cunhado de Valter Brito. No dia 27 de novembro, a Câmara Municipal de Amambai decidiu pelo afastamento do vereador Valter Brito, após requerimento da presidente da Casa, Ligia Borges (PSDB).

O parlamentar está preso desde o dia 16, por suspeita de corrupção, desvio de dinheiro e fraude. O requerimento foi votado e aprovado na sessão, determinando o afastamento preliminar do vereador.

Acusado de criar empresas laranjas

Preso preventivamente na Operação Laços Ocultos, o vereador Valter Brito da Silva (PSDB) é acusado de ser o dono de uma rede de empresas da construção civil, que eram registradas em nome de laranjas. O grupo atuava fraudando licitações em cidades de Mato Grosso do Sul.

Conforme apontado nas investigações, o vereador teria desviado dinheiro público com a criação de empresas fictícias. Essas empresas participavam ou ganhavam licitações, beneficiando o grupo criminoso

Desta forma, são apurados os crimes de fraude em licitação pública. Há também suspeita de que o grupo cooptava agentes e servidores públicos para colaborar com os crimes, mediante pagamento de propina.

Ainda mais, a investigação teria revelado a capacidade de interferência econômica e política dos criminosos, pelos altos valores repassados entre eles. Valter seria coordenador da .

Segundo a denúncia, ao menos 6 empresas pertenceriam ao vereador. Elas estavam em nome de familiares, como a filha, o marido de uma sobrinha, uma cunhada, o sobrinho. Uma das empresas estava em nome de uma ex-assessora parlamentar e outra em nome de um trabalhador braçal.

Também de acordo com o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), em 6 anos o grupo teria desviado mais de R$ 78 milhões. A operação Laços Ocultos foi realizada em Amambai, onde Valter é vereador, , , Campo Grande e Itajaí (SC).

Os crimes investigados são desvio de dinheiro, fraude a licitação pública, organização criminosa, falsidade ideológica, peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro

Prisão preventiva

Após a operação, o vereador entrou com pedido de liberdade provisória. A defesa alegou que não há requisitos para a prisão preventiva. Ainda que o parlamentar tem problemas de saúde.

Com isso, esperava-se que fosse garantida a liberdade ou a conversão em prisão domiciliar. No entanto, o desembargador relator Luiz Claudio Bonassini da Silva negou pedido liminar de liberdade provisória ou a substituição.

Para o desembargador, não existe neste caso constrangimento ilegal que demande necessidade de tutela de urgência.

Prisões em flagrante

Na operação, foram detidos em flagrante o engenheiro da Prefeitura de Amambai, Maurício Sartoretto Martinez, e a servidora da Secretaria de Assistência Social, Mirian de Carvalho. Os dois foram soltos em seguida.

Conforme as informações da Polícia Civil, os dois foram soltos após o flagrante. Para Mirian, consta o pagamento de fiança, mas não há outros detalhes sobre o valor. Mirian é esposa do vereador Valter Brito da Silva (PSDB), também alvo da operação e preso preventivamente.

As buscas foram feitas nas casas dos investigados. Na residência de Mirian, os policiais apreenderam duas carabinas, além de mais de 50 munições.

Já com o engenheiro Maurício, os agentes localizaram 7 armas de fogo, sendo que ele apresentou documentação de quatro delas. As outras três estavam irregulares.

Ainda foram apreendidas munições. Tanto Mirian quanto Maurício foram presos em flagrante pela posse irregular de arma de fogo.

Operação Laços Ocultos

A operação denominada Laços Ocultos, do Gecoc, com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), cumpriu mandados contra grupo especializado na fraude de licitações.

Conforme detalhado pelo Gecoc, são 6 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão. Mandados foram cumpridos nas casas dos investigados, ainda na Prefeitura de Amambai e no gabinete do vereador, de onde foram apreendidos documentos.

A investigação identificou que a organização criminosa atuava há anos fraudando licitações públicas, voltadas para contratação de empresas especializadas em obras e serviços de engenharia em Amambai.

Essas empresas estariam ligadas a familiares dos servidores, com sócios ocultos. Nos últimos 6 anos, os valores dos contratos ultrapassaram os R$ 78 milhões.

Duas das empresas têm atualmente mais de 20 contratos vigentes com o município. Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente, detectaram ainda o superfaturamento e inexecução parcial.

Ainda mais, o Gecoc identificou pagamento de propina das empresas do grupo criminoso em benefício dos parlamentares e servidores públicos responsáveis pela fiscalização dessas obras.

A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e da Força Tática da Polícia Militar.

O nome da operação, Laços Ocultos, se deu pelo vínculo entre os investigados.

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