Justiça homologa acordo de delação para servidor preso com Claudinho Serra em esquema de corrupção

Ex-servidor foi preso na terceira fase da Operação Tromper, que investiga supostos desvios de recursos na Prefeitura de Sidrolândia

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Prefeitura de Sidrolandia (Karina Souza, Prefeitura de Sidrolândia)

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) homologou o acordo de delação premiada do MPMS (Ministério Público Estadual) com Tiago Basso da Silva, ex-servidor de Sidrolândia, preso na segunda fase da Operação Tromper, que investiga desvio de recursos na Prefeitura de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. O esquema de corrupção apontado pela operação implica também o vereador de Campo Grande, Claudiho Serra (PSDB) e a prefeita do município do interior, Vanda Camilo (PP).

Claudinho Serra está preso desde o dia 3 de abril. O parlamentar é acusado de ser o mentor da suposta organização criminosa na época em que foi secretário de Fazenda em Sidrolândia. Ele é genro da Prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo. 

O acordo de delação premiada livrou Tiago Basso da Silva, por ora, de ser denunciado na petição do MPMS, encaminhada para a Vara Criminal de Sidrolândia, na última quarta-feira (17), que menciona 22 alvos da terceira fase da Operação Tromper. 

Contudo, o MPMS ressalta que reavaliará a questão no final da instrução processual. Caso sejam integralmente cumpridas as obrigações por Basso, deve ser solicitado o arquivamento da investigação em relação a ele. 

“Ou, do contrário, será oferecida nova denúncia (ou aditada presente, a depender da situação) em desfavor dele, cujo prazo, por força do 4º, § 3º,da Lei 12.850/13, poderá ser suspenso por 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, inclusive com a suspensão do respectivo prazo prescricional”, diz a petição. 

Os promotores ainda ressaltam que os demais fatos revelados no rel. 005/2024GECOC e que não foram denunciados na petição permanecem em investigação pelo Ministério Público.

A denúncia é assinada por quatro promotores, Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Bianka M. A. Mendes, promotora de Sidrolândia, e Tiago Di Giulio Freire, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Ex-chefe de fiscalização

Tiago ocupava cargo comissionado como chefe de setor de execuções e fiscalização na Prefeitura de Sidrolândia. Ele foi preso em 21 de julho de 2023, na segunda fase da operação Tromper, mas já havia sido alvo de busca e apreensão na primeira fase. Dias depois, ele foi exonerado do cargo pela prefeita Vanda Camilo (PP).

As investigações apontaram que Tiago supostamente recebia vantagens indevidas e repassava informações privilegiadas e sigilosas sobre os procedimentos licitatórios. Desta forma, proporcionava que empresas ganhassem as licitações.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.

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