Gaeco faz ‘devassa’ em fornecedora de uniformes para a Federação de Futebol de MS em Dourados

Investigação apurou esquema em que empresas devolviam parte dos valores recebidos para grupo de Cezário

Gabriel Maymone, Marcos Morandi – 21/05/2024 – 09:55

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Equipes apreendem documentos e celular de empresário em Dourados (Marcos Morandi, Jornal Midiamax)

Equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que atuam na Operação Cartão Vermelho – contra esquema que identificou desvio de R$ 6 milhões na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) – fazem ‘devassa’ em documentação de empresa fornecedora de uniformes em Dourados, cidade a 229 km de Campo Grande.

No local, foram apreendidos documentos e o aparelho celular do proprietário, que também é dono do clube de futebol DAC Dourados.

Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, as equipes estiveram primeiro na residência do empresário Marco Antônio de Araújo e, depois, seguiram para a empresa.

A empresa de confecção de uniformes Invictus, de Dourados, é prestadora de serviços para a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e tem os referidos serviços registrados através de fornecimento de nota fiscal e pagamento registrado em conta-corrente da empresa.

No local, as equipes levantam documentações, já que um dos esquemas identificados pela investigação é de que fornecedores que recebem altos valores da FFMS devolveriam parte dos recursos recebidos para o grupo do dirigente Francisco Cezário, que é alvo da operação.

À reportagem, o empresário declarou que está tranquilo e que sua empresa não tem irregularidades.

Grupo de Cezário desviou mais de R$ 6 milhões

Conforme informações do Gaeco, o grupo liderado por Francisco Cezário realizava pequenos saques de até R$ 5 mil para não chamar atenção dos órgãos de controle. De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram identificados desvios que superaram os R$ 6 milhões.

Somente durante o cumprimento dos mandados nesta terça-feira foram apreendidos mais de R$ 800 mil, inclusive em notas de dólar. Revólver e munições também foram apreendidos.

Os valores eram distribuídos entre os integrantes da organização criminosa. O esquema se estendia também a outras empresas que recebiam altas quantias da federação. Assim, uma parte dos valores era devolvida ‘por fora’ ao grupo.

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.