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Transparência

Faltas e perda de cargo: salário de ex-pregoeira de Sidrolândia fica negativo após prisão na Tromper

Ana Claudia Alves Flores ficou presa por 23 dias em abril na terceira fase da Operação Tromper; servidora efetiva ocupava cargo comissionado na prefeitura
Thalya Godoy -
Prefeitura de Sidrolândia. (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

A ex-pregoeira de e do Consórcio Central MS, Ana Claudia Alves Flores, terminou o mês de abril devendo a Prefeitura de Sidrolândia após ser presa na terceira fase da Operação Tromper e dias depois perder o cargo comissionado como Chefe do Setor de Compras e Licitação.

Ela e outros sete foram presos em 3 de abril na terceira fase da Operação Tromper, que investiga suposto grupo criminoso que desviava recursos da Prefeitura de Sidrolândia. Os oitos foram liberados no dia 26 do mesmo mês, mediante uso de tornozeleira eletrônica, incluindo o vereador de Claudinho Serra (PSDB). 

Assim, o salário da servidora efetiva caiu mais do que pela metade e no contracheque mais recente mostra que ficou com um saldo negativo de R$ 100,88. Na Operação Tromper, Ana Cláudia é acusada de direcionar licitações para os empresários que integravam o grupo criminoso.

Segundo o Portal da Transparência de Sidrolândia, Ana Claudia recebeu em abril um salário de R$ 1.447,47 pelo cargo efetivo acrescido de R$ 59,82 pelo salário-família. Já os descontos por faltas enquanto estava presa somaram R$ 1.350,97. Ainda foram feitos débitos de R$ 13,51 por previdência social e mais R$ 243.69 por plano de saúde.

Espelho de folha de pagamento de servidora no mês de abril. (Portal da Transparência Sidrolândia)

Assim, descontados os R$ 1.608,17 dos proventos de R$ 1.507,29, Ana Claudia Alves Flores ficou com saldo negativo de R$ 100,88. 

O cenário é bem diferente de meses anteriores, quando o salário líquido da servidora ficava em cerca de R$ 3.035,04, já que ela recebia R$ 2.802,53 a mais por ocupar a função de pregoeira.

O Midiamax entrou em contato com o advogado de Ana Cláudia para pedir um posicionamento sobre o assunto. Em resposta, o advogado informou que ela entrou de férias e tem recebido apoio da família.

“A Ana tem pai. Eles estão se virando como pode. Ela entrou de férias agora. E eu acho que nesses 30 dias fica mais transparente a situação dela junto a Prefeitura”, informou.

Servidora responde a processo administrativo

A Prefeitura de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, instaurou um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) contra a ex-pregoeira Ana Claudia Alves Flores, que foi presa na terceira fase da Operação Tromper.

A Portaria 375/2024, que instaura o PAD, foi assinada pela prefeita Vanda Camilo (PP), em 4 de abril. Ana Claudia Alves Flores é concursada na Prefeitura de Sidrolândia como assistente administrativo e exercia o cargo de Chefe do Setor de Compras e Licitação. 

Espelho de folha de pagamento de servidora no mês de março. (Portal da Transparência Sidrolândia)

O processo administrativo disciplinar foi instaurado para apurar eventual e possível prática de conduta incompatível com a moralidade administrativa. A comissão terá até 60 dias a partir da publicação da portaria para apurar os fatos e apresentar o relatório final. A comissão será assistida pela Procuradoria Geral do Município. 

Pregoeira passava informações para empresários

Segundo o Ministério Público, Cláudio Serra Filho, Ricardo Rocamora e Ueverton Macedo cooptaram servidores públicos com o objetivo de facilitar e executar crimes relativos a fraudes em licitação e desvio de recursos públicos. Dentre eles, estão Ana Cláudia Alves Flores e Roberta de Souza.

Conforme exposto na decisão do juiz que determinou a prisão preventiva de oito pessoas, Ana Claudia Flores é servidora efetiva e foi lotada no cargo comissionado de Chefe do Setor de Compras e Licitação, em junho de 2022, passando a cobrar o pagamento de boleto pessoal e o pagamento de salário a Ricardo Rocamora.

Os documentos teriam mostrado que a servidora passava informações sobre os pregões ao empresário para beneficiá-lo na concorrência pelo contrato. 

“Ainda, Ana Cláudia Alves Flores afirmou que a empresa 3M e a empresa Rocamora tiveram o mesmo lance. Para desempatar, ela solicitou que Ricardo Rocamora reduzisse o lance de sua empresa em um centavo. Ele assim o fez para que a outra empresa ganhasse, demonstrando o vínculo dessas empresas com a organização criminosa”, diz o documento.

Vereador preso

Ana Claudia e outros sete foram presos em 3 de abril na terceira fase da Operação Tromper, que investiga suposto grupo criminoso que desviava recursos da Prefeitura de Sidrolândia. 

Os oitos foram liberados no dia 26 do mesmo mês, mediante uso de tornozeleira eletrônica, incluindo o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB). 

O parlamentar da Capital é acusado de ser o mentor do esquema de corrupção na época em que foi o titular da Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica. A sogra de Claudinho Serra é a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP). 

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