Ex-secretário preso por corrupção em prefeitura do PSDB quer visita de pai que recebia propina

Investigação identificou que pai de ex-secretário recebeu valores de empreiteiros em sua conta, que seriam valores de propina para o filho

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Isaac Cardoso Bisneto está preso desde 13 de agosto (Montagem: Nathália Alcântara, Jornal Midiamax / detalhe do ex-secretário Isaac, Reprodução redes sociais)

Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário de obras de Terenos – município a 31 km de Campo Grande administrado por Henrique Budke (PSDB) -, pediu à Justiça autorização para receber visita do pai, Isaac Cardoso Neto.

Isso porque o cartão de visita não havia sido liberado para o pai.

Vale ressaltar que o pai do ex-secretário é citado nas investigações do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o ex-secretário na gestão do PSDB em Terenos estaria recebendo propina de empreiteiros na conta do pai.

Assim, investigação do MPMS obteve planilhas e comprovantes de Pix para o pai de Isaac, que recebeu R$ 21 mil de Cleberson José Chavoni Silva (da empreiteira Bonanza Comércio e Serviços Eireli), R$ 2 mil de Sandro José Bortoloto (Angico Construtora e Prestadora de Serviços Ltda) e da conta da empresa Angico. Todas constam na planilha denominada “Finalizado – Thiago Calçadas”.

Operação Velatus revelou esquema de fraudes em contratos de obras em Terenos (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Isaac já teve HC (Habeas Corpus) negado, e a defesa recorre para tentar tirá-lo da prisão. O ex-secretário foi detido durante a Operação Velatus, no dia 13 de agosto, em Campo Grande, onde mora.

Leia também – Celular de empreiteiro revela como funcionava ‘farra das empresas convidadas’ em gestão do PSDB na prefeitura de Terenos

Secretário ajudava empreiteiros ‘parceiros’

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o secretário de obras teria aderido a suposto esquema de corrupção entre empresários investigados.

De acordo com mensagens extraídas do aparelho de Isaac, o secretário mostrou preocupação a Hander Grote Chaves (HG Empreiteira), que não estava conseguindo uma documentação com o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de MS) para participar de licitação dada como certa.

Empreiteiro investigado por corrupção na gestão do prefeito do PSDB, Henrique Budke, após deixar delegacia (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

“Eu to achando que ele não vai conseguir participar de uma licitação que era para ele ganhar um negócio de 280 mil, porque o CREA descobriu que teve esse aditivo, e tá cobrando de ter um atestado e ter um ART complementar disso aí”, disse Isaac.

Saiba mais – Empreiteiros tinham ‘irmandade’ para manterem revezamento de licitações na gestão do PSDB em Terenos

As investigações apontam que Isaac também atuava de forma a dificultar a participação de empresas fora do esquema nas licitações. Para isso, contou com ajuda de um servidor de sua confiança da pasta de obras.

Exoneração dias antes de operação levantou suspeita de vazamento

“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP) sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto. Segundo Caco, que é 1º secretário da Câmara, Isaac saiu dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos – a 31 km de Campo Grande.

Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. O prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) assinou a exoneração. O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.

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