Defesa de Cezário alega que dirigentes fizeram visita de solidariedade por morte de irmã

Advogado Júlio César Marques entrou com pedido de revogação de prisão de Cezário

Gabriel Maymone – 05/09/2024 – 09:41

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Cezário foi preso novamente no dia 28 de agosto (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O advogado do presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, entrou com pedido de revogação da prisão do dirigente. No documento, o defensor alega que a visita de dirigentes de clubes à residência de Cezário se deu por motivos de solidariedade após a morte da irmã.

Ao Jornal Midiamax, o advogado Júlio César Marques informou que os dirigentes de clubes flagrados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na casa de Cezário estavam no local para prestar solidariedade.

Conforme as investigações, estiveram na casa de Cezário: Luiz Bosco da Silva Delgado, presidente do Corumbaense; Júlio Brant, interlocutor anunciado pelo Governo de MS para remodelar o futebol de MS; além de Giovani Jolando Marques, dirigente do Operário Athletico Clube; e Ari Silas Portugal, diretor de futebol do Comercial.

“A única irmã que ele tinha [Cezário] faleceu. Aparecido [Alves Pereira, sobrinho de Cezário], Umberto [Alves Pereira, sobrinho], Valdir [Alves Pereira, sobrinho], Luíz [Carlos de Oliveira, irmão], Francisco Carlos [Pereira, sobrinho] e Marcelo [Mitsuo Ezoe Pereira, filho de Umberto] são familiares que viviam em volta dele e, por causa da tornozeleira, não estão mais tendo contato. Ele está isolado”, pontuou.

Um ponto que o Gaeco ressaltou no pedido de prisão foi o fato da reunião ter acontecido no dia em que a FFMS realizou assembleia para aprovação de novo estatuto. “Aproveitaram o ensejo da assembleia para visitá-lo”. Ressalta ainda que a assembleia da FFMS tratou apenas de novo estatuto e não de indicação de diretoria.

Cezário flagrado pela reportagem preso em casa e levado de caminhonete pelo Gaeco (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Quanto a Júlio Brant, interlocutor indicado pelo governador Eduardo Riedel para reformular o futebol de MS, o advogado afirma que ele tinha amizade com Cezário, através da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Por outro lado, Júlio afirma que foi levado pelos dirigentes à casa de Cezário e conversou sobre o histórico do futebol de MS.

Ainda, o advogado acusa o Gaeco acusar erroneamente Cezário de ter frequentado a CBF, no Rio de Janeiro. “Gaeco não requisitou monitoramento. Cezário não foi para o Rio de Janeiro. O Gaeco se baseou apenas em especulações jornalísticas”, afirma o advogado. Ele afirma que os locais que Cezário esteve podem ser facilmente comprovados pelo relatório do monitoramento da tornozeleira eletrônica.

Gaeco afirma que Cezário continuou atuando nos bastidores da FFMS

Em nota, o Gaeco afirmou que: “Verificou-se que, a despeito da proibição judicial, o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da entidade, articulando com aliados e fazendo reuniões em sua residência com Presidentes de Clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar de perto as reuniões que ocorriam no âmbito da FFMS”.

Cezário estava impedido pela Justiça de exercer ‘qualquer função na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul’. Por isso, novo pedido de prisão contra ele, segundo o Gaeco.

Cezário é réu por desvios de R$ 10 milhões do futebol sul-mato-grossense e já havia sido preso em maio deste ano, na Operação Cartão Vermelho. Ficou 15 dias atrás das grades e se livrou com tornozeleira após passar mal ao saber do falecimento da irmã, no início de junho.

A irmã – e advogada de Cezário –, Francisca Rosa de Oliveira, comentou sobre a prisão com a imprensa. “Fomos pegos de surpresa. Não sabemos o que está acontecendo, estamos evitando todo e qualquer motivo para isso [descumprimento de ordem judicial]”.

Cezário e mais 11 pessoas foram denunciadas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pelos crimes de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais.

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