O contrato da AR Pavimentação e Sinalização Ltda (CNPJ 28.660.716/0001-34) para obras em Rio Negro subiu para R$ 12,2 milhões. A empresa investigada na Operação Tromper, sobre esquema de Claudinho Serra (PSDB), fechou aditivo para pavimentação asfáltica no município, a 150 quilômetros de Campo Grande.

Com valor inicial de R$ 10,3 milhões, o contrato sofreu reprogramação e passou a custar R$ 12,2 milhões. O termo aditivo consta no DOE (Diário Oficial do Estado) desta terça-feira (6).

A empresa investigada tem contrato com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) para obras em Rio Negro. Conforme o contrato nº 24.044/2024, a empresa é responsável pela pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais no Bairro Santa Fé, 1º etapa.

O Jornal Midiamax acionou a Agesul sobre a reprogramação do contrato com a empresa investigada. Não houve retorno até a publicação desta matéria. Devido às informações publicadas em diário oficial, a reportagem está passível de alteração para inclusão do posicionamento das partes.

Empresas funcionam no mesmo endereço

Apesar de pertencerem a donos diferentes, a GC Obras e AR Pavimentação funcionam no mesmo endereço. A GC pertence a Cleiton Nonato e a AR a Edmilson Rosa. Os dois acabaram presos em flagrante na Operação Tromper, por porte ilegal de arma de fogo.

Ainda na operação, vários cadernos com anotações foram apreendidos nas empresas. Atualmente, a GC Obras mantém contrato de mais de R$ 5 milhões com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). Enquanto a AR Pavimentação soma mais de R$ 50 milhões em contratos estaduais.

Nome de Sérgio de Paula aparece em anotação

Um dos nomes que consta em um dos cadernos é o de Sérgio de Paula, secretário-executivo do Escritório de Relações Institucionais e Políticas de Mato Grosso do Sul no Distrito Federal.

Junto com os cadernos e agendas de anotações apreendidos, a operação do MPMS prendeu o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB). Na cadeia há mais de três semanas, ele já se tornou réu, apontado pelos promotores de justiça como chefe da organização.

Além disso, Claudinho Serra também foi chefe de gabinete de Sérgio de Paula na Casa Civil do Governo de MS.

No entanto, Sérgio de Paula não está entre os investigados até a Terceira Fase da Operação Tromper.

Ademais, antes mesmo da nomeação no começo do mandato de Eduardo Riedel (PSDB), Sérgio é um dos cotados para uma vaga de conselheiro no TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS) sempre que o assunto é discutido.

Claudinho Serra e Sérgio de Paula: nomes e valores

O nome do secretário Sérgio de Paula, que já esteve à frente da Casa Civil, aparece em um dos cadernos apreendidos na empreiteira AR Pavimentação e Sinalização Ltda (CNPJ 28.660.716/0001-34), do empresário Edmilson Rosa, réu na ação.

Com efeito, a empresa AR Pavimentação, citada nas investigações, teria participado de licitações fraudadas pelo grupo criminoso investigado. O comando da organização é do vereador Claudinho Serra (PSDB), segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O nome ‘Claudinho’ também está na página de um dos cadernos, mas não fica claro se trata-se do vereador. Na frente do nome aparece o valor ‘500.000,00′.

Já o nome de Sérgio aparece em uma página que trata de documentos para obras em Aquidauana e Sidrolândia, além de valores. O Midiamax fez contato com o secretário para saber que tipo de vínculos ele teria com os investigados e porque acha que seu nome está no material apreendido.

Em resposta, a defesa de Sérgio de Paula encaminhou uma nota em que nega os fatos mencionados, mas que se coloca à disposição das autoridades para esclarecimentos.

22 denunciados sem possibilidade de acordo

Na noite do dia 17 de abril foi protocolada a denúncia contra 22 alvos da terceira fase da Operação Tromper, recebida pelo juiz dois dias depois.

A denúncia é assinada por quatro promotores, Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Bianka M. A. Mendes, promotora de Sidrolândia, e Tiago Di Giulio Freire, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Por fim, o MPMS acusa o grupo de crimes como organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, concurso material de crimes, corrupção ativa, peculato e corrupção passiva.

Ao todo, 22 pessoas foram denunciadas, sem possibilidade de acordo de não persecução penal.