Com 82 inquéritos abertos, Brasil e Bolívia assinarão protocolo para combater incêndios na fronteira

Acordo entre os dois países foi formalizado nesta segunda-feira (26) após reunião de autoridades em Corumbá

Karine Alencar – 27/08/2024 – 16:30

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incêndio
Incêndio florestal em Corumbá (Governo do Estado)

O Brasil e a Bolívia devem assinar, nos próximos dias, protocolo de atuação para combater incêndios na região fronteiriça. O acordo entre os dois países foi formalizado nesta segunda-feira (26) após reunião de autoridades em Corumbá, distante a 427 quilômetros de Campo Grande.

A decisão ocorre em decorrência da gravidade e da velocidade com que incêndios florestais vêm se alastrando pelo Brasil e pela Bolívia nas últimas semanas. Agora, autoridades bolivianas vão formalizar, um pedido de apoio ao governo brasileiro.

A partir daí, os dois países farão o reconhecimento aéreo das localidades atingidas pelos incêndios a fim de avaliar a melhor forma de atuar.

Com as informações, os países devem assinar o protocolo de atuação conjunta, definindo como as equipes de combate aos incêndios serão empenhadas na fronteira entre os dois países.

Reunião em Corumbá

Durante a reunião, o vice-ministro de Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes, confirmou a intenção dos dois governos se unirem para combater as chamas. Calvimontes comentou que, durante o encontro, representantes dos dois países trocaram informações sobre a atual conjuntura, identificando os principais focos de calor ativos na região de fronteira e discutindo possíveis ações conjuntas.

“Ficou decidido realizarmos um trabalho conjunto”, disse o vice-ministro, durante uma entrevista coletiva, classificando o encontro em Corumbá como uma “reunião de coordenação técnica e de troca de informações acerca dos incêndios florestais” no Brasil e na Bolívia. “Identificamos as zonas onde há a presença de fogo ativo nos dois países. Agora, é seguir com o trabalho de planejamento”.

O estado de Santa Cruz e outras zonas limítrofes com o Brasil estão entre as mais afetadas e, até esta terça-feira, ao menos duas unidades de conservação (o Parque Nacional Noel Kempff Mercado, em Santa Cruz, e a Reserva Nacional de Vida Silvestre Amazônica Manuripi, em Pando) estavam ardendo em chamas.

Os países somam 82 inquéritos para investigação de incêndios na região fronteiriça. No Brasil, já foram instaurados 31 inquéritos para investigar as origens do fogo e, eventualmente, punir os responsáveis. Já na Bolívia, foram abertos 51 processos penais por incêndios florestais, além de 250 processos administrativos. Quatro pessoas já foram detidas preventivamente na Bolívia.