O vereador Claudinho Serra (PSDB) recebeu um salário bruto de R$ 8.440,75 da Câmara Municipal de Campo Grande no mês de maio, após ficar preso por 23 dias em abril, apresentar um atestado médico de 30 dias e, posteriormente, um pedido de licença de 120 dias.

Conforme os dados do contracheque no Portal da Transparência, o parlamentar recebeu na conta bancária R$ 6.356,63 após os descontos de R$ 908,85 do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e de R$ 1.175,27 pelo imposto de renda.

Pela regra da previdência, após 15 dias de afastamento por atestado médico, o pagamento do salário passa a ser assumido pelo INSS.

Os parlamentares recebem mensalmente uma remuneração bruta de R$ 18.991,69 e uma média de proventos líquidos de R$ 14.006,06. O Midiamax já havia mostrado que o salário de Claudinho Serra caiu para R$ 3,7 mil após faltar às sessões enquanto estava preso.

Atestado e licença

O parlamentar tucano ficou na cadeia de 3 a 26 de abril, após ser preso preventivamente na terceira fase da Operação Tromper. Ele é acusado de ser o mentor de um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, na época em que foi o secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica, durante a gestão da sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). 

Na primeira sessão em que poderia comparecer após ser solto, em 30 de abril, Claudinho Serra apresentou um atestado médico de 30 dias por “abalo psicológico”. 

Duas semanas depois, em 14 de maio, o parlamentar tucano apresentou um pedido de licença de 120 dias para tratar de “interesses particulares”. Assim, Serra deve ficar afastado das atividades parlamentares até setembro, um mês antes das eleições de 2024. 

Vereador preso

Claudinho Serra foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

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