O ex-prefeito e atual pré-candidato de Anastácio – distante 122 km de Campo Grande -, Douglas Melo Figueiredo, entrou na Justiça por difamação feitas em grupos de WhatsApp. Vale ressaltar que ele é investigado por participação na morte do ex-vereador e opositor político, Dinho Vital, ocorrida em 6 de março.
Na época, agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriram mandados de busca na casa de Douglas e o prenderam em flagrante com uma pistola e duas carabinas – ele foi solto horas depois ao pagar fiança de R$ 15 mil.
Assim, Douglas entrou com interpelação judicial criminal pedindo explicações para que uma das organizadoras de manifestações pedindo Justiça pela morte de Dinho responda por difamação.
Isso porque, segundo consta nos autos, ela estaria divulgando informações em grupos de WhatsApp de que os PMs que atiraram contra o ex-vereador seriam seus seguranças e de que ele teria cometido irregularidades enquanto prefeito. Douglas nega a informação se que os PMs que atiraram no ex-vereador seriam seus seguranças. Os policiais seguem presos, aguardando julgamento de habeas corpus.
Nos pedidos, a defesa de Douglas quer que ela responda questões como qual a intenção em manifestar dessa forma ou se verificou a veracidade das informações antes de postar, assim como quais os objetivos dela.
Questionada pela reportagem, a mulher alvo da ação afirmou que ainda não tinha conhecimento do processo e que “não fui eu que criei a matéria, eu apenas compartilhei”, declarou.
Já Douglas Figueiredo afirmou que as acusações que pesam contra ele teriam motivações políticas. “Calúnias e difamações veiculadas em grupos de WhatsApp que estão sendo bancados por grupos políticos que desejam me tirar da corrida eleitoral”, disse.
Em relação às investigações pela morte do ex-vereador, Douglas afirmou que “A operação em minha casa foi ótima porque assim demonstrou que eu nada tive a ver com o ocorrido. Eu acredito na imparcialidade do Ministério Público incondicionalmente”, declarou,
Quanto às notícias compartilhadas nos grupos – e também noticiadas pelo Jornal Midiamax – sobre a indisponibilidade de bens no valor de R$ 639 mil contra Douglas em processo que é réu por improbidade administrativa, o ex-prefeito diz que “Não há menção e nem pedido de imputação ou condenação por improbidade administrativa [no processo], não sendo este o objeto do processo, mas sim a cobrança de valores decorrentes de supostas irregularidades administrativas na gestão do ano de 2015”.
Defesa diz que registrou B.O contra mais de 20 pessoas
Em nota enviada ao Jornal Midiamax, o advogado André Azevedo, que representa Douglas Figueiredo, afirmou que o objetivo da ação é a ‘prevenção de futuros incidentes de desinformação’ e não ‘tem intenção de intimidar ninguém’.
“Após o ocorrido no dia do aniversário da cidade, as redes sociais foram palco de discursos de ódio, e divulgação de notícias falsas, onde várias pessoas cometeram crimes de injúria, difamação e ameaça. Não só ela [mulher alvo da ação que terá o nome preservado pela reportagem] está sendo processada, como também outros envolvidos. Já registramos boletim de ocorrência contra mais de 20 pessoas, e o caso está sob investigação”, diz.
Por fim, argumenta que “o processo judicial permitirá que todas as partes envolvidas apresentem suas provas e argumentos de maneira clara e imparcial. É fundamental que a ré explique em juízo a origem e a intenção por trás das informações disseminadas, bem como o impacto que essas informações falsas tiveram sobre a comunidade. A internet não é terra sem lei, a liberdade de expressão não deve ser confundida com a permissão de disseminar informações falsas e prejudiciais”, conclui.
*Editada às 10h58 para acréscimo de nota da defesa de Douglas enviada após a publicação da reportagem