Alvo de operação, construtora tem reajuste e serviços passam a custar R$ 16,9 milhões
Valor a ser reajustado no contrato será de R$ 1.373.812,39
Karine Alencar –
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A empresa GTX Construtora e Serviços LTDA, recebeu reajuste para serviços de infraestrutura urbana – pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais em Três Lagoas. Com o reajuste, o contrato passa a custar R$ 16,9 milhões. A empresa já foi investigada por suspeitas de fraudes em licitações.
Esse já é o segundo reequilíbrio desde que a empresa firmou acordo de trabalho com o município, em 2023. O contrato engloba diversas ruas do bairro Vila Alegre, mas não há informações do número exato de vias que devem receber as melhorias.
O valor a ser reajustado no contrato será de R$ 1.373.812,39, equivalente a 8,86%, sobre o valor do contrato. Considerando o valor contratual atual, o novo valor do contrato passará a ser de R$ 16.862.762,31, conforme dados da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul).
Empresa investigada
Desde 2018, a GTX aparece em notícias do Jornal Midiamax. Isso, porque o sócio-proprietário é Ivan Félix de Lima, que naquela época integrava um grupo de elite de investidores da Mineworld, empresa acusada de um esquema de pirâmide a partir da mineração de criptomoedas.
Na operação deflagrada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denominada Pregão, em 2018, Ivan foi um dos alvos. O MPMS chegou a pedir a prisão do empresário, que foi negada pela Justiça.
A operação investigava supostas fraudes em licitações e teve como um dos alvos a GTX. A empresa estaria envolvida no esquema. A advogada Desiane Pires, que representa a empresa, relatou ao Midiamax que a GTX venceu o processo, sendo excluída da ação.
“A GTX não tem nenhuma condenação. Hoje a empresa participa das licitações, é regularizada devidamente no TCE, TCU com certidões regularizadas e pode participar das licitações”, afirmou a advogada.
Após a Operação Pregão, a construtora chegou a ser impedida de contratar com o poder público e teve os bens bloqueados. No entanto, em 2021 os direitos foram restabelecidos.
Apesar de não ser advogada de Ivan, Desiane afirmou que o empresário foi implicado na ação contra a Mineworld, mas que foi feito pedido de exclusão do acusado da ação. Agora é aguardada decisão judicial.
A denúncia foi feita pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 2018 e até hoje não teve sentença. O processo já soma mais de 12.800 páginas e uma das partes chegou a pedir a absolvição por prescrição dos crimes.
Ação contra a Mineworld
O pedido da ação é de nulidade dos contratos, reparação dos danos, condenação a R$ 5 mil por cada consumidor lesado, e R$ 25 milhões em favor do Fundo Estadual de Defesa ao Consumidor.
O caso veio à tona em abril de 2018, quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Lucro Fácil para desarticular suposta fraude financeira.
Ainda segundo a denúncia, o esquema era feito por meio da mineração das criptomoedas chamadas de ‘bitcoins’. Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede das empresas Mineworld, Bit Ofertas e Bitpago, em Campo Grande e São Paulo, além das residências dos respectivos sócios.
À época, o juiz chegou a determinar o bloqueio de R$ 300 milhões dos réus em uma ação civil, no entanto, nada foi encontrado. Conforme já noticiado em outras ocasiões, a Mineworld afirma que, no dia 29 de outubro de 2017, ao consultar sua conta Poloniex, exchange estrangeira, tomou conhecimento de fraudes.
Ou seja, hackers teriam desviado 851 bitcoins para contas de terceiros, levando ao prejuízo de US$ 16,3 milhões. A plataforma de transações financeiras teria duplicado páginas da empresa e usuários, o que levou ao desvio de aplicações e consequente bloqueio de contas.
O Midiamax acionou a prefeitura e aguarda retorno. A reportagem foi escrita com base em documentos oficiais e públicos (processo e Diários Oficiais) e está passível de atualização para acréscimo de posicionamento.
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