Advogado de Jamilzinho perde ação e paga R$ 10 mil para capitão reformado ‘PX’

Criminalista tentou ligar Paulo Xavier ao PCC durante julgamento do assassinato de Matheus Coutinho

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Da esquerda para a direita, Eugênio Malavasi e Paulo Xavier. (Arquivo Midiamax)

O capitão reformado da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Paulo Roberto Teixeira Xavier, o “PX”, obteve decisão favorável no processo que move contra o advogado Eugênio Carlo Balliano Malavasi. O criminalista tentou ligar PX à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) durante o julgamento, em julho de 2023, sobre o assassinato do filho de PX, Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019.

No banco dos réus estavam Jamil Name Filho (representado por Eugênio Malavasi), o guarda municipal Marcelo Rios e o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo. Os três foram condenados pela morte do jovem, que teria sido assassinado por engano no lugar do pai.

Consta na queixa-crime contra Eugênio Carlo Balliano Malavasi, de que durante perguntas direcionadas à testemunha, a delegada de Polícia Civil Daniela Kades, o advogado reproduziu ofensas à PX, insinuando ainda de que ele estaria envolvido em crimes como porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. 

Segundo consta na denúncia de PX, o advogado excede o direito de defesa. “Ferindo a honra do querelante, já não bastasse a dor experimentada pela perda do filho Matheus”.

Indenização de R$ 10 mil

Assim, o Capitão Xavier entrou com uma queixa-crime contra Malavassi por calúnia e pediu uma indenização de R$ 10 mil, o que foi aceito na audiência na tarde desta terça-feira (21). O valor também já foi pago por transferência via PIX a Paulo Xavier.  

“Ele queria imputar o crime ao PCC, para livrar o cliente dele. Porém nunca tive nada com nenhuma facção criminosa. Ele reconheceu o erro em audiência, pagou a indenização possível dentro do juizado de R$ 10.000,00 e agora ele deve se ao explicar PCC. Comigo, mais uma que provo que sou pessoa do bem e que procuro justiça”, afirmou PX ao Midiamax

Processo

Durante o julgamento em julho de 2023, ainda em fala direcionada à delegada Daniela Kades, o advogado Eugênio Malavasi cita Sérgio Roberto de Carvalho, acusado de tráfico de drogas.

Ele a questiona ainda “se ela soube que antes do triste episódio do garoto Matheus, se o PX foi preso em duas cidades diferentes por porte ilegal de arma. Alegação esta que é inverídica”, cita na queixa-crime. Depois o advogado segue falando sobre o crime de tráfico de drogas. Segundo PX, nunca teve envolvimento com tal crime.

Consta ainda que o advogado atribuiu a PX envolvimento em atividades criminosas, como porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. “Razão pela qual requer a condenação do querelado (advogado)”.

Os relatos teriam sido usados para desvincular o envolvimento de Name no assassinato de Matheus, quando o alvo era o pai, por motivo de vingança.

Entenda a motivação para a morte de PX

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho, o Jamilzinho, teriam ordenado a morte de Paulo Xavier, o PX. Ele já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e paz Mundial.

Nesse período, Antonio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi malvisto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.

Morte por engano de Matheus

Marcelo Rios estaria sob a função de selecionar os executores. Foram eles Juanil Miranda, que até hoje é considerado foragido, e José Moreira Freires, o Zezinho. Este, morreu em confronto com a polícia após a Operação Omertà, e já foi condenado pela morte do delegado Paulo Magalhães.

Além disso, o grupo teria que armar os pistoleiros. Vladenilson e Marcelo Rios, neste ponto, são acusados de captarem informações sobre Paulo Xavier, realizando um monitoramento da casa do militar.

Antes do crime, Eurico, um ‘hacker’, passou a monitorar Paulo Xavier. No dia do crime, atendendo às determinações dos mandantes, Juanil e Zezinho se armaram com fuzil AK-47 e, em um Onix, seguiram até a casa de PX.

Eles aguardavam a saída do policial na Rua Antônio Vendas, no Jardim Bela Vista, naquele dia 9 de abril de 2019. O que os pistoleiros não contavam é que, quem saía na caminhonete S10 branca naquele momento era o filho de Paulo Xavier, Matheus Coutinho, estudante de Direito de 20 anos.

Os pistoleiros se aproximaram e atiraram várias vezes contra o motorista da S10. Matheus ainda foi socorrido pelo pai, mas morreu a caminho do hospital. A perícia identificou que Matheus morreu com 7 tiros de fuzil.

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