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Transparência

Sem foro privilegiado, processo de Trutis no STF por simular atentado vai para TJMS

Ex-deputado federal não foi reeleito e será julgado na Justiça estadual
Adriel Mattos -
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Loester Trutis
Fotos: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados e Reprodução/Facebook

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a remessa da ação contra o ex-deputado federal Loester Trutis (PL/MS) para o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O despacho foi proferido na terça-feira (14) e publicado ontem, quarta-feira (15).

O Inquérito 4857 estava sendo relatado pela ministra Rosa Weber, atual presidente da corte. Na decisão, Fux cita que o mandato de Trutis se encerrou em 31 de janeiro, configurando a perda do foro por prerrogativa de função.

Trutis e um de seus assessores, Ciro Fidelis, se tornaram réus no STF em agosto de 2022. Eles foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por falsa comunicação de crime, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, após a PF (Polícia Federal) concluir que o atentado de fevereiro de 2020 ter sido forjado.

Investigação da PF e denúncia

Para a PF, Trutis encenou o atentado: a conclusão, cujas informações investigadas já apontavam para simulação por parte do parlamentar, está em relatório encaminhado ao STF, no qual a corporação pedia indiciamento de Trutis e de Ciro Fidelis, assessor que acompanhava o deputado naquela ocasião em 10 de fevereiro de 2020, quando teria acontecido o suposto atentado.

Em seis pontos, a PF cita que o veículo descrito como autor dos disparos foi ‘exaustivamente procurado e não foi localizado’, mesmo com a análise de todas as câmeras de segurança instaladas no percurso feito pela dupla. “Tanto o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza quanto seu assessor Ciro Nogueira Fidelis faltaram com a verdade durante os seus depoimentos”, traz um dos trechos.

Em reportagens sobre a investigação, foi relatado, a partir das análises dos policiais federais, que a caminhonete descrita pelos dois como sendo o veículo que os perseguia, seria ‘velha e lenta’ e não teria como protagonizar atentado. Em outro trecho, é dito que, no dia, parlamentar e assessor sequer teriam sido perseguidos. Eles estavam em um Toyota Corolla.

Segundo a investigação, os dois deixaram de informar que saíram da BR-060 para duas estradas vicinais, ‘onde inclusive chegaram a parar e desligar a ignição do veículo’. Justamente em uma dessas estradas, foram encontradas seis cápsulas de munição calibre 9mm, além de fragmentos de vidro, que podem ser do veículo em que estavam.

Na ocasião, o Jornal Midiamax procurou o deputado e o assessor, por mensagem, à época do pedido da Polícia Federal. Loester Trutis disse que o inquérito é político e que vai provar tal afirmação. “O delegado está usando o cargo na PF para ganhar notoriedade e ir pra Brasília. Tem inclusive apoio de políticos influentes do Estado”, disse à reportagem. Ciro Fidelis não se manifestou.

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