Preso em outubro em Ponta Porã, um homem que estava em casa com máquinas do jogo do bicho, foi transferido para Campo Grande após operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrada nesta terça-feira (5). Na época, ele foi preso em uma casa de festas com uma pistola Glock G17, mas dois dias antes estava em local de apreensão de máquinas do jogo do bicho.

Segundo informações apuradas pelo Jornal Midiamax, o homem chegou em Campo Grande nesta terça-feira (5).

Naquela época, o delegado do Garras, Fábio Peró, afirmou que todos que estavam no suposto cassino clandestino foram levadas para a delegacia e liberadas após prestarem depoimentos.

O homem foi preso em uma casa de festas após denúncia de perturbação do sossego. Contudo, em 16 de outubro, ele já havia sido abordado pelos policiais e encaminhado para delegacia após descoberta de um casino na região do Monte Castelo, em Campo Grande.

Operação contra jogo do bicho

As investigações que deram origem a operação Sucessione contra o jogo do bicho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta terça-feira (5), em Campo Grande, descobriram que a organização criminosa estava inserida nos órgãos de segurança pública de Mato Grosso do Sul. Investigação confirmou denúncia de servidores que vincularam ‘guerra do jogo do bicho’ com contravenção na Sejusp, conforme antecipou o Midiamax em reportagem no mês de outubro.

A operação cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ponta Porã. O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ela um  mandado de busca e apreensão. Quatro assessores do deputado foram presos

Segundo as investigações, a organização criminosa era responsável por diversos roubos praticados em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande, na disputa pelo monopólio do jogo do bicho local.

As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem ‘grave penetração’ nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade.

Jornal Midiamax entrou em contato com a Sejusp para posicionamento após as conclusões do Gaeco, mas não houve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Jogo do bicho na Sejusp

Segundo denúncia de servidores, a disputa pela jogatina expõe os laços da contravenção na Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). Além do envolvimento direto de servidores públicos supostamente cooptados para atuar em favor do crime organizado, pressão política e até ameaças estariam por trás da mobilização dos grupos que disputam o mercado milionário do jogo do bicho campo-grandense.

Após a apreensão de 700 máquinas eletrônicas usadas pelo jogo do bicho em uma casa no Bairro Monte Castelo, a Sejusp teria se tornado foco da medição de forças entre os grupos que estavam tocando o jogo do bicho descentralizado em Campo Grande e um grupo que tem se anunciado como ‘novos donos do negócio’.

Em outubro deste ano, servidores relataram ao Jornal Midiamax supostas reuniões tensas e os corredores da Sejusp foram tomados por rumores de ‘pedidos’ para ‘cuidar das investigações’.