Novo superintendente da CGU critica sigilo de 100 anos: ‘tem de estar disponível para a população’

Gilberto Ricardi destacou durante posse que transparência deve servir à população

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Gilberto Ricardi Durante Posse. Foto: Karine Alencar

Ao assumir oficialmente a cadeira de superintendente da CGU (Controladoria-Geral da União) em Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (28), Gilberto Ricardi criticou o sigilo de 100 e disse que todas as informações devem estar disponíveis à população.

“Sigilo de 100 anos, por exemplo. Tudo tem que estar às claras, não tem que ter nada para esconder, informações devem estar disponíveis a sociedade sempre”, criticou em parte de seu discurso. Ricardi reforçou que é a transparência pública que ajuda a fortalecer a democracia, o que será foco de sua gestão, nas vertentes da avaliação de políticas públicas e controle e participação social.

“Temos falado muito de honestidade e viemos avançando com as empresas neste sentido. Então, tanto a organização, a CGU, como o trabalho com as empresas, tem de ser transparente pra levar clareza de como o governo gasta o dinheiro público. A participação do cidadão que vai democratizar o serviço público”, enfatizou.

Fiscalização de contratos da União em Mato Grosso do Sul

O novo superintendente citou que deve implantar um plano ao longo de quatro anos, para melhor fiscalizar os contratos públicos da União em Mato Grosso do Sul. No entanto, acredita que as análises de contratos já são específicas e eficazes.

“Nós trabalhamos com diversas formas para fazer a fiscalização dos contratos da União em MS: A primeira maneira é analisando os contratos, os que têm maior volume de recursos, tem um olhar mais atento. Temos um sistema e ele aponta quais contratos têm riscos, tanto em valores, como na falha de planejamento. Após o alerta a gente já faz um trabalho em cima disso. Estamos na fase de planejamento de um plano para isso”, afirmou.

Novo concurso público

Atualmente, a Controladoria conta com apenas 22 auditores fiscais em Campo Grande. Apesar de conseguir suprir as demandas, o superintende acredita o órgão precisaria de mais sete servidores para integrar o quadro, e comentou a possibilidade de um novo concurso para a área.

“Com esses que temos nós conseguimos realizar os trabalhos a contento. Ano passado tivemos um concurso nacional para 300 vagas que atendeu o norte porque a situação lá é pior, o pessoal vai e não fica muito tempo, então atendeu essa região norte e Brasília. Agora temos um pedido de um novo concurso para atender todos os estados e está em trâmite no Ministério de Gestão e deve sair do fim do ano, pro começo do próximo ano que vem”, destacou.

Segundo ele, em lei o órgão deveria ter 2 mil auditores, mas conta com cerca de 1.200 em todo Brasil. O número representa um déficit de 800 colaboradores em nível nacional. “Aqui em Campo Grande precisaríamos de, no mínimo, mais sete para ter uma equipe mais confortável de trabalho”, pontuou.

Presente no evento, Marcelo Pontes Viana, secretário de Integridade Privada da Controladoria Geral da União, ressaltou que espera que a fiscalização de todos os termos relacionados à União, sejam prioridade da nova gestão.  

“A gente quer que o nosso trabalho seja voltado a entrega de serviço público para o cidadão. Precisamos interagir com a sociedade civil para entender o que eles esperam das nossas entregas. A fiscalização de contratos é prioridade da CGU e esperamos que isso seja mantido na nova gestão”, afirmou.

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