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Transparência

MPF abre procedimento para acompanhar disputa pelo posto de Cacique na Aldeia Lalima em Miranda

O MPF acompanhará ações da Funai na Aldeia Lalima
Dândara Genelhú - Publicado em
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posse mpf aldeia
Posse do cacique escolhido. Houve confusão com atual cacique no dia da cerimônia (Foto: Arquivo pessoal)

O MPF (Ministério Público Federal) abriu procedimento administrativo para acompanhar a disputa pelo posto de Cacique na Aldeia Lalima, em Miranda. A disputa pelo cargo acontece a 212 quilômetros de Campo Grande.

A portaria que estabelece o acompanhamento consta no DOU (Diário Oficial da União) desta terça-feira (17). Assim, o MPF acompanhará as medidas adotadas pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) sobre os conflitos existentes entre membros da Aldeia Indígena Lalima.

Os indígenas desta comunidade discordam sobre quem deve ocupar o cargo de cacique. Uma eleição interna escolheu Gilson Pinheiro Gomes como novo cacique.

A escolha é de 23 de maio e a posse estaria marcada para 2 de junho. Contudo, o cacique atual se recusa a sair do cargo.

Protesto

Insatisfeitos com a gestão do atual cacique, indígenas da Aldeia Lalima, em Miranda, protestaram na sede da Funai de Campo Grande em 21 de junho. Eles reivindicaram o reconhecimento do novo cacique eleito internamente.

“Houve negligência na comunidade, três vezes que viemos para o servidor carimbar a ata, mas não querem. Está acontecendo coisas erradas lá, na educação e saúde, virou bagunça. [Na assembleia], ele rasgou a ata. Houve briga e desentendimento. Ele tem várias funções na aldeia, professor e coordenador. Acusamos ele e temos provas de que ele extrai madeira ilegalmente da aldeia e vende”, disse.

Pelas redes sociais, o atual cacique diz que disputou eleições com três candidatos e foi eleito para mandado até 2025. “Não estou brigando por causa de cargo, bem claro. Não tenho nada contra ninguém, pois moramos em uma só comunidade”, escreveu. Gilson refuta dizendo que não souberam de eleições e teriam sido feitas sem conhecimento dos indígenas.

“Ele Já está no cargo há seis anos, fizeram [posse] por eles [fundação] e renovaram sem a comunidade saber. Quando descobrimos, ele rasgou a ata. Ele está apoiando extração ilegal na aldeia, é muito grave, depredando. Enquanto tiver um índio vivo na aldeia, vamos brigar pela nossa preservação da nossa terra. Está desrespeitando a tradição dos nossos anciões, mulheres e crianças”.

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