Detidos em flagrante na quinta-feira (16), o engenheiro da Prefeitura de Amambai, Maurício Sartoretto Martinez, e a servidora da Secretaria de Assistência Social, Mirian de Carvalho, foram liberados. Os dois foram alvos de busca na Operação Laços Ocultos.

Conforme as informações da Polícia Civil, os dois foram soltos após o flagrante. Para Mirian, consta o pagamento de fiança, mas não há outros detalhes sobre o valor. Mirian é esposa do vereador Valter Brito da Silva (PSDB), também alvo da operação e preso preventivamente.

As buscas foram feitas nas casas dos investigados. Na residência de Mirian, os policiais apreenderam duas carabinas, além de mais de 50 munições.

Já com o engenheiro Maurício, os agentes localizaram 7 armas de fogo, sendo que ele apresentou documentação de quatro delas. As outras três estavam irregulares.

Ainda foram apreendidas munições. Tanto Mirian quanto Maurício foram presos em flagrante pela posse irregular de arma de fogo.

Operação Laços Ocultos

A operação denominada Laços Ocultos, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), cumpriu mandados contra grupo especializado na fraude de licitações.  

Conforme detalhado pelo Gecoc, são 6 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão. O Midiamax identificou que o vereador Valter Brito está entre os alvos de prisão. Ele seria sócio oculto de uma empreiteira.

Mandados foram cumpridos nas casas dos investigados, ainda na Prefeitura de Amambai e no gabinete do vereador, de onde foram apreendidos documentos.

A investigação identificou que a organização criminosa atuava há anos fraudando licitações públicas, voltadas para contratação de empresas especializadas em obras e serviços de engenharia em Amambai.

Essas empresas estariam ligadas a familiares dos servidores, com sócios ocultos. Nos últimos 6 anos, os valores dos contratos ultrapassaram os R$ 78 milhões.

Duas das empresas têm atualmente mais de 20 contratos vigentes com o município. Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente, detectaram ainda o superfaturamento e inexecução parcial.

Ainda mais, o Gecoc identificou pagamento de propina das empresas do grupo criminoso em benefício dos parlamentares e servidores públicos responsáveis pela fiscalização dessas obras.

A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e da Força Tática da Polícia Militar.

O nome da operação, Laços Ocultos, se deu pelo vínculo entre os investigados.