Ex-corregedor que cobrou propina para aliviar processo contra guardas é condenado a 7 anos

Ele teria cobrado os valores para abrandar as punições contra os agentes

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Corumbá
Edifício-sede da prefeitura de Corumbá. (Foto: Divulgação/PMC)

Então corregedor-geral no município de Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande, em 2018, André Luís Melo Fort foi condenado a cumprir 7 anos de prisão em regime fechado. Ele chegou a ser demitido no ano seguinte, após ser descoberto caso de corrupção.

A denúncia oferecida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que André agiu com outra servidora. No entanto, ele era o mentor dos crimes e ordenava que a subordinada fizesse as cobranças de propina.

O esquema teria sido revelado após o auditor municipal cobrar R$ 20 mil de guardas municipais. Esses guardas respondiam a procedimento administrativo e André teria feito a cobrança de propina com a promessa de abrandar as punições contra os agentes.

Assim, um dos guardas foi chamado até a Corregedoria para falar sobre o procedimento administrativo, quando foi cobrado o valor de R$ 20 mil. Esse dinheiro seria dividido entre os guardas da equipe, num total de R$ 5 mil por agente.

Tempo depois, entre maio e junho de 2018, a mesma servidora voltou a cobrar mais R$ 20 mil de guardas municipais, também a mando de André. Foram constatados crimes de corrupção passiva.

Ouvido, o ex-auditor ainda alegou que a servidora seria a culpada. Ao saber da denúncia em 2019 ele pediu afastamento e, em 2 de abril daquele ano, teve a demissão assinada pelo prefeito Marcelo Iunes (PSDB).

O juiz Idail De Toni Filho, da 1ª Vara Criminal de Corumbá, condenou o réu a 7 anos de prisão, em regime fechado. O magistrado concluiu que André “praticou crimes de corrupção passiva com violação aos deveres para com a administração pública, pois o que se espera dos servidores públicos é que eles cumpram as suas funções adequadamente sem solicitar vantagens pessoais indevidas para tanto”.

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