Dark Money: Justiça prorroga afastamento de sete vereadores em Maracaju

Um dos parlamentares investigados obteve liminar para reassumir, mas os demais vão seguir fora da Câmara

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Plenário da Câmara Municipal de Maracaju. (Foto: Divulgação)

A 2ª Vara de Maracaju prorrogou por mais 15 dias o afastamento de sete dos 13 vereadores. Oito parlamentares foram alvo da terceira fase da Operação Dark Money, da Polícia Civil, em dezembro de 2022.

A decisão, proferida pelo juiz plantonista Juliano Luiz Pereira, atende pedido do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Ilson Portela, o Catito (PSDB), obteve liminar nesta semana e reassumiu o mandato.

Permanecem afastados o presidente, Robert Ziemann (PSDB); o segundo vice-presidente, Jeferson Lopes (Patriota); o primeiro secretário da Mesa Diretora Antônio, João Marçal de Souza, o Nenê da Vista Alegre (MDB); Laudo Sorrilha (PSDB); Ludimar Portela, o Nego do Povo (MDB); João Gomes Rocha, o Joãozinho Rocha (MDB); e Hélio Albarello (MDB).

O afastamento venceria ontem, mas o Dracco solicitou a prorrogação por mais 180 dias (cerca de seis meses). Como o Poder Judiciário está de recesso desde 20 de dezembro e só retorna na segunda-feira (9), caberá ao juiz titular da 2ª Vara, Raul Ignatius Nogueira, deliberar sobre o pedido.

A Câmara Municipal informou ao Jornal Midiamax que aguarda a intimação desta decisão.

Operação Dark Money

Em dezembro de 2022, o Dracco, vinculado à Polícia Civil, deflagrou a terceira fase da Operação Dark Money. Foi identificado pagamento de propina a vereadores durante os meses de dezembro de 2019 e novembro de 2020.

As propinas eram pagas por ordem do então prefeito Maurílio Azambuja (MDB) que, com o aval de outros servidores, tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas da prefeitura pela Câmara, além de aprovar projetos e leis de seu interesse.

O pagamento de propina tinha como objetivo impedir o funcionamento adequado do Legislativo, já que é de responsabilidade dos vereadores a fiscalização do Executivo. A 3ª fase foi nomeada como “mensalinho” em referência ao esquema do mensalão, que era operado em nível federal.

As investigações do Dracco apontaram que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara no período teriam recebido pagamentos indevidos oriundos dos desvios feitos na prefeitura.

Dos 11 vereadores investigados, oito foram reeleitos. Os valores recebidos por cada vereador dependiam de sua influência e capacidade de interferir na fiscalização. Em um ano, foram identificados pagamentos para os 11 vereadores que chegavam a R$ 1.374.000,00. Os pagamentos eram feitos em cheques, nomes de laranjas ou até mesmo em espécie, para dificultar o rastreio do dinheiro.

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