O deputado estadual (PL), ex-comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, disse que o pedido de prisão dos PMs que abordaram traficantes no Jardim Aeroporto, em Campo Grande, transmite sensação de poder aos criminosos, uma vez que limita ainda mais a capacidade de atuação das forças de segurança pública.

Entenda o contexto da abordagem aos traficantes

Conforme noticiado ontem pelo Midiamax, o MPMS (Ministério Público de MS) pediu a prisão de quatro agentes do após uma ação contra traficantes no dia 21 de junho do ano passado. Os indivíduos alvos da ação, que já tinham passagens pela polícia, alegaram que os militares agiram de forma truculenta, inclusive na presença de uma criança.

Os agentes, por sua vez, disseram que houve resistência no ato da abordagem, motivo pelo qual foi necessário o uso de força. Independentemente disso, os suspeitos denunciaram a equipe, que se tornou alvo de procedimento investigatório. Neste sentido, o MPMS representou pela prisão preventiva dos policiais por tortura, injúria, violação de domicílio e lesão.

No entanto, o juiz Alexandre Antunes da Silva, da Militar, entendeu que não havia elementos para a prisão, mas aplicou medidas cautelares para que os quatro policiais envolvidos fossem impedidos de realizar rondas na região do Aeroporto, onde os fatos ocorreram e local de moradia dos traficantes abordados.

A decisão foi obedecida, mas as informações extraoficiais são de que o Choque deixou de policiar a região para evitar represálias do MPMS, uma vez que as viaturas são caracterizadas da mesma forma, assim como todos os policiais têm o mesmo fardamento, motivo pelo qual poderia haver fácil confusão e um novo imbróglio judicial. 

O que diz o deputado

O Coronel Davi explicou que os policiais cumprem a Lei e auxiliam para que as leis sejam cumpridas. Disse ter recebido com estranheza o pedido de prisão feito pelo MPMS e lamentou as sanções aplicadas aos militares do caso, já que traficantes da região passaram a agir com mais tranquilidade e chegaram até a comemorar pelas ruas, levando insegurança à população. 

“[…] no momento em que a população mais precisa de segurança e reclama da ação nefasta dos traficantes nas comunidades, a medida, apesar de ser legal, como disse anteriormente, acabou estimulando a marginalidade que, diante destas medidas de afastamento dos PMs nos dos bairros  acabou criando nos criminosos um sentimento de poder, de desafio e de desprezo pelas forças de segurança, de acordo com relatos que recebi dos policiais”, disse.

O ex-comandante afirmou ter se reunido com o Comando da PM e se colocou à disposição dos servidores. “[…] me coloquei à disposição para toda a assistência jurídica nesse caso, bem como estarei ao lado do comando e dos PMs, com todo respeito ao MP e à Justiça, na busca de uma solução jurídica que seja a mais favorável à guarnição envolvida. É momento de calma e sabedoria. Desta forma vamos dar a nossa contribuição para que o combate ao crime não sofra solução de continuidade e para que os bandidos saibam que a tropa da PM não vai esmorecer e que vamos continuar firmes na luta contra eles”, finalizou.