O MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) instaurou inquérito para investigar uma obra na cidade de Deodápolis, a 260 quilômetros de Campo Grande, que destruiu o Monumento ao Trabalhador para execução do projeto de drenagem. Segundo o promotor de Justiça Anthony Állison Brandão Santos, há indícios de dano ao patrimônio.

Conforme edital publicado no Diário Oficial do MPMS desta sexta-feira (18), disponível para consulta pública, as apurações tiveram início a partir de uma denúncia encaminhada à ouvidoria. No relato, uma testemunha demonstra indignação com a derrubada do monumento que havia sido criado justamente para homenagear os pioneiros do município.

Assim, a pessoa responsável pela reclamação solicita análise dos atos cometidos pelo prefeito Valdir Luiz Sartor e servidores da secretaria de obras, considerando que a destruição teria sido uma infração moral, civil e econômica. Na instrução do procedimento, o prefeito foi acionado e lamentou o ocorrido, mas alegou que visa apenas o desenvolvimento e não tem intenção de destruir o patrimônio histórico e cultural.

Ele explicou que o monumento não estava localizado em uma praça, mas sim em uma rotatória que estava “encravada” na rodovia BR-376, que passa por dentro da cidade. Pontuou ainda que a obra de drenagem passou pela Avenida Francisco Alves da Silva, indo em direção justamente ao ponto em que se encontrava o referido monumento.

Neste sentido, justificou que a demolição foi necessária para que o trabalho pudesse ser concluído e pontuou que a rotatória seria transformada numa passagem direta da BR, uma vez que veículos de carga tinham dificuldades de manobrar no local. Disse também que a rotatória tinha a função de reorganizar o tráfego e que isso será feito pela Prefeitura.

“A atual gestão não tem qualquer interesse em destruir o patrimônio municipal, visando unicamente o desenvolvimento da cidade e nesse sentido, infelizmente, para a conclusão da obra não restou alternativa a não ser a demolição do monumento”, explicou o chefe do executivo ao MPMS. As investigações continuam.