Grupo de Facebook tenta acessar inquérito para descobrir denúncia feita por Conselho Tutelar

Grupo de Facebook Mães Unidas por Três Lagoas é investigado no MPMS por difamação e sensacionalismo contra o Conselho Tutelar

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Sede de Conselho Tutelar de Três Lagoas
Sede de Conselho Tutelar de Três Lagoas

Investigação aberta pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) a pedido do Conselho Tutelar de Três Lagoas –a 338 km de Campo Grande– segue um mistério para as integrantes do grupo Mães Unidas, que sabe apenas ser alvo do inquérito por “interferência” na atuação do órgão de proteção às crianças e adolescentes e acusação de difamação.

 

A investigação foi oficializada em 27 de outubro pelo promotor Fernando Marcelo Peixoto Lanza, da área de Infância e Juventude, e tramita sob sigilo. O edital dando ciência da apuração foi publicado no Diário do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) de quarta-feira (3), mirando no Movimento Popular Mães Unidas por Três Lagoas, existente há 8 anos.

 

O objetivo da Promotoria é “apurar a situação de que um grupo de pessoas intituladas como ‘Mães Unidas’ vem interferindo na atuação do Conselho Tutelar, utilizando das redes sociais para proferir acusações inverídicas, sensacionalistas e difamando os membros conselheiros”.

 

A reportagem não conseguiu acessar detalhes da acusação. A página do Mães Unidas, por sua vez, trouxe 2 postagens recentes sobre o Conselho: uma que trata da eleição do órgão e outra com acusações contra um integrante do órgão. Este último fato já estaria “superado”, conforme disse ao Jornal Midiamax uma das líderes do movimento, Angelyta Caetano.

 

As acusações em questão miravam uma pessoa que se tornou conselheira tutelar e foi denunciada à polícia –embora o fato tivesse sido consumado, a vítima retirou as acusações. “O que fizemos foi questionar a questão da moralidade. Quando se assume uma vaga de conselheiro tutelar você tem de ter conduta ilibada”, apontou Angelyta.

 

Um abaixo-assinado com mais de 300 nomes solicitando a saída do acusado foi entregue a órgãos como o Ministério Público –que, ao analisar o caso, disse não haver nada que desabonasse o conselheiro a tomar posse. “E morreu o assunto, isso lá em 2019”, disse ela, reforçando que “se o MP disse que está tudo ok, então está tudo ok, não temos mais nada a discutir”.

 

Desta forma, Angelyta afirma não ter ideia do que pode ser o objetivo da investigação. Seu advogado já entrou em contato com o MPMS para obter detalhes da peça –que, por estar sob sigilo, demanda uma senha específica, a ser autorizada pela Promotoria para os envolvidos–, não obtendo resposta até agora.

 

“O conteúdo do que se trata [a investigação] nós, sinceramente, não sabemos. Não tivemos acesso. E foi algo pedido por eles [Conselho Tutelar] e não nós”, afirmou a liderança, ao destacar que, se há alguma postagem que tenha gerado a apuração, “tudo [o que é investigado] está na nossa página, nada foi retirado e está à disposição de quem quer que seja”.

 

Por fim, ela afirmou que o Mães Unidas está “tranquilo quanto ao fato, mesmo não sabendo do que se trata. Mas sabemos de nossa índole, só publicamos aquilo que nos chega e de fato verificamos”.

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