Com risco de ‘3ª onda’, Governo de MS reduz em 40% verba para combate à Covid-19

Dados constam em prestação de contas feitas à Assembleia Legislativa

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Mato Grosso do Sul está sob risco de ter um novo pico da pandemia de Covid-19, mas teve redução na verba destinada ao combate ao novo coronavírus. Prestação de contas da SES (Secretaria de Estado de Saúde) apresentada na quinta-feira (27) à Alems (Assembleia Legislativa do Estado de MS) mostra que entre o 3º quadrimestre de 2020 e o 1º quadrimestre de 2021, a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) reduziu em 40,04% o volume de recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19.

Nos últimos quatro meses do ano passado, o Estado gastou R$ 171,8 milhões em ações contra o novo coronavírus. Já nos primeiros quatro meses de 2021, os recursos para esse fim foram da ordem de R$ 103,5 milhões.

Até o fechamento desta reportagem, a SES ainda não havia disponibilizado o relatório do 1º quadrimestre de 2021. À Alems, a pasta informou ter gasto R$ 479,5 milhões em todas as áreas. Isso representa 27,09% em relação ao 3º quadrimestre de 2020, quando foram pagos R$ 657,7 milhões.

A circulação da cepa indiana no Brasil e a predominância da variante P.1 no Estado podem levar ao novo ápice da pandemia, segundo o enfermeiro e doutor em Infectologia, Everton Lemos. Mato Grosso do Sul apresentou dois picos de Covid-19 durante a pandemia, o primeiro em agosto e outro em dezembro do ano passado.

Outro lado

Ao Jornal Midiamax, a SES informou que a redução se deu em virtude de compras de alto valor realizadas entre setembro e dezembro do ano passado, como camas hospitalares. Além disso, por ser fim do ano, a pasta efetuou pagamentos a fornecedores, o que resulta na diminuição de gastos em relação ao período de janeiro a abril de 2021.

Recursos federais

Ao longo do ano passado, a gestão tucana empenhou R$ 46,9 milhões em recursos federais, ou seja, destinou o montante para contratos e compras diretas. Desse total, R$ 41,6 milhões foram executados ou revertidos em serviços e R$ 41,4 milhões foram efetivamente pagos a empresas e fornecedores.

O relatório não detalha para onde a verba da União foi destinada. Esses recursos foram somados aos estaduais para reforçar o enfrentamento à pandemia. No total, Mato Grosso do Sul gastou R$ 263,2 milhões para combater a Covid-19.

Os maiores foram com o pessoal do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Foram R$ 91,3 milhões destinados para quitar folha de pagamentos. Outros R$ 30 milhões foram investidos em materiais hospitalares, laboratoriais, químicos e farmacológicos. E R$ 23,7 milhões em infraestruturas como hospitais de campanha e barreiras sanitárias.

Quase R$ 1 bilhão

Em abril, o Jornal Midiamax revelou que a União repassou a Mato Grosso do Sul mais de R$ 848 milhões a serem usados contra a pandemia. Os valores foram divididos em 3 liberações, a maior na ordem de R$ 37 bilhões a serem rateados entre os Estados – rendendo R$ 715 milhões para Mato Grosso do Sul, ou R$ 13 milhões a mais que as estimativas feitas pelo próprio governador Reinaldo Azambuja em 7 de maio de 2020, pouco depois de o socorro federal ter sido aprovado.

O socorro federal também chegou às prefeituras, incluindo do Estado. Dos mais de R$ 78 bilhões a serem rateados entre os entes federativos, R$ 32.387.868.036 foram carimbados para os municípios.

As 79 prefeituras de Mato Grosso do Sul tiveram direito a R$ 588.867.298, conforme o Tesouro Nacional Transparente – ferramenta de transparência que inclui, entre os dados, os repasses a Estados e municípios, incluindo aqueles usados no combate à Covid-19.

*(Texto alterado às 15h50 para correção e acréscimo de informações)

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