Após voto favorável de Nunes Marques, Alexandre de Moraes pede vista e adia julgamento do marco temporal
Liderança indígena de MS já havia apontado pedido de vista como possível manobra política
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Nesta quarta-feira (15), o julgamento do marco temporal foi adiado mais uma vez, após pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. A solicitação foi feita após o ministro Nunes Marques votar favorável ao RE (Recurso Extraordinário) nº 1.017.365.
O ministro iniciou o voto na última sessão e nesta quarta-feira (15) concluiu o posicionamento, se mantendo a favor do marco temporal. Votando logo após o relator Edson Fachin, Nunes divergiu dos apontamentos de Fachin e afirmou que sem a delimitação, indígenas poderiam expandir os territórios de forma ilimitada.
“Posses posteriores à promulgação da Constituição Federal não podem ser consideradas tradicionais, porque isso implicaria o direito de expandi-las ilimitadamente”, disse. Após o voto, o ministro Alexandre de Moraes foi chamado para posicionamento, porém optou por pedir vista do processo — medida que prolonga o julgamento.
Moraes lembrou que o voto do relator foi detalhado, trazendo histórico das lutas indígenas e se posicionando contrário ao marco temporal. No entanto, destacou que “ministro Nunes Marques não só apresentou a divergência, como trouxe diversos pontos em sua tese que necessitam de uma análise detalhada. Então, peço vista dos autos”, afirmou.
Assim, a vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, acatou o pedido de vista. “Após o voto do ministro Nunes Marques abrindo divergência e negando provimento ao recurso extraordinário, com proposta de tese, pediu vista o Ministro Alexandre de Moraes. Fica então suspenso o julgamento”.
Pedido de vista como manobra
O pedido de vista já era visto como uma possibilidade. Assim, o julgamento do ‘marco temporal’ que afeta pelo menos 29 terras indígenas de Mato Grosso do Sul foi adiado. Uma das lideranças do Estado, Marcos Terena, já havia apontado o adiamento como “manobra essencialmente política”.
Isso porque ele acredita que o adiamento é de “interesse político de outros setores e não interesse dos povos indígenas”. O líder indígena disse que apesar do Supremo ser a palavra magna da Justiça no Brasil, “existe um grande risco de que o STF seja aliado a um processo contra os direitos indígenas, inscrito na constituição, que é a questão da demarcação das terras”.
Ele aponta que “muitos desses ministros têm um vínculo político, que não deveriam ter”. E coloca essas proximidades como justificativa para a desconfiança dos povos indígenas. “Por isso, os povos indígenas, apesar de todo o movimento, permanecerão lá até o julgamento que começa amanhã e provavelmente termina amanhã”.
Se o pedido de vista for efetivado, essa será a segunda vez que o STF utilizará o recurso para postergar o julgamento do ‘marco temporal’. Como parte do movimento e liderança indígena, Marcos acredita que essa é uma tentativa de enfraquecer o movimento.
“Consideramos como levar a desistência das lideranças indígenas na busca dos direitos. Ocorre que dificilmente essas lideranças indígenas vão se afastar, porque estamos abraçados nesse tronco, que é a única saída: a lei”, explicou.
Notícias mais lidas agora
- Idoso é encontrado morto após cair em lagoa no interior de MS
- Dívida de drogas teria motivado assassinato de ‘Pinguim’ em confraternização, segundo amigos
- Adolescente morre na Santa Casa dois dias após bater na traseira de carreta na BR-262
- Família procura por irmãos de 5 e 7 anos que desapareceram no Jardim Leblon
Últimas Notícias
Emoção até o final da rodada! Mais três times da Série B garantem vaga no Brasileirão 2025
Santos, Mirassol, Sport e Ceará conquistaram vaga e farão parte da elite do futebol brasileiro
Funcionário de Condomínio sofre marteladas na cabeça por causa de demora na abertura do portão
Morador ficou irritado e acertou dois golpes de martelo na cabeça da vítima
Leila é reeleita presidente do Palmeiras e continua no comando do clube por mais três anos
Leila Pereira foi reeleita Presidente do Palmeiras, em São Paulo, na tarde deste domingo (24), e segue no comando do clube. A atual presidente do alvi-verde superou Savério Orlandi, que era único candidato da oposição. Conforme apuração dos números divulgados pelo Uol, a eleição terminou com 2.295 a 858 para a “Chapa 100 – Palmeiras…
Após trocar mensagens com garota de programa, homem é vítima de extorsão para não ter nome exposto
Ele realizou dois Pix de quase R$ 600, mas mulher exigia mais dinheiro
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.