Pular para o conteúdo
Cotidiano

Lideranças de MS apontam ‘manobra política’ do STF em possível adiamento do julgamento do ‘marco temporal’

Julgamento deve ser retomado nesta quarta-feira (1º), mas pode ser adiado com pedido de vista
Arquivo -
Em MS
Em MS

Com a possibilidade de, pela segunda vez, o STF (Supremo Tribunal Federal) pedir vista para adiar o julgamento do ‘marco temporal’ que afeta pelo menos 29 terras indígenas de Mato Grosso do Sul. Uma das lideranças do Estado, Marcos Terena, apontou o possível adiamento como “manobra essencialmente política”.

Isso porque ele acredita que o adiamento é de “interesse político de outros setores e não interesse dos povos indígenas”. O líder indígena disse que apesar de o Supremo ser a palavra magna da Justiça no Brasil, “existe um grande risco de que o STF seja aliado a um processo contra os direitos indígenas, inscrito na constituição, que é a questão da demarcação das terras”.

Ele aponta que “muitos desses ministros têm um vínculo político, que não deveriam ter”. E coloca essas proximidades como justificativa para a desconfiança dos povos indígenas. “Por isso, os povos indígenas, apesar de todo o movimento, permanecerão lá até o julgamento que começa amanhã e provavelmente termina amanhã”.

Se o pedido de vista for efetivado, essa será a segunda vez que o STF utilizará o recurso para postergar o julgamento do ‘marco temporal’. Como parte do movimento e liderança indígena, Marcos acredita que essa é uma tentativa de enfraquecer o movimento.

“Consideramos como levar a desistência das lideranças indígenas na busca dos direitos. Ocorre que dificilmente essas lideranças indígenas vão se afastar, porque estamos abraçados nesse tronco, a única saída: a lei”, explicou.

Demarcação de terras

Marcos destacou que o ‘marco temporal’ coloca em pauta os direitos essenciais dos indígenas, povos originários do Brasil. “É a demonstração da fragilidade das regras que fazem as demarcações das terras, o ponto básico do debate lá em Brasília”.

Embora a Constituição reconheça esses direitos de território, o líder indígena afirma que instâncias jurídicas tentam descaracterizar as leis. “Passam a acreditar que os povos indígenas não podem ter mais reconhecidos os próprios territórios originários, estabelecendo um condicionamento que é o marco temporal”, disse.

“Não há dúvidas, de acordo com a nossa visão, de que somos as primeiras nações do Brasil. Ninguém pode questionar isso”, ressaltou. Ele aponta ainda que se o ‘marco temporal’ for aceito pelo STF, serão abertas brechas para interpretações contrárias aos indígenas.

Vão “interpretar que estamos ferindo os direitos dos ruralistas, mas é ao contrário. As regras estão ferindo o direito básico das famílias indígenas e nós não temos outros mecanismos básicos para buscar a sobrevivência a não ser a nossa história”, detalhou Marcos. Indo mais além, ele lembrou que o Brasil passa por crise hídrica e pode ter piora do cenário caso o ‘marco temporal’ seja instaurado.

“Nós não conhecemos qual é o plano econômico para a mineração no Brasil”, disse ele questionando o que vai ser explorado, qual o percentual vai ser preservado para reflorestamento ambiental e qual o impacto para a sociedade brasileira regional. “Nós percebemos mais uma vez que a brasileira e os programas de engrandecimento da nação não incluem a sociedade indígena como parte de um processo de reciprocidade”, lamentou.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Com foco em assistência social, Mesa de Negociação de Campo Grande realiza primeira reunião

Alems autoriza concurso público com vagas para ensino médio e superior

Aquidauana sedia 2ª etapa dos Jogos Abertos de MS; confira a programação

Incêndio retorna a terreno no Jardim Seminário e moradores lamentam recorrência

Notícias mais lidas agora

Após reportagem, promotor de Nova Alvorada manda depoimento de servidor para delegacia

Segundo dia: julgamento de Bolsonaro no STF avança e será retomado na próxima semana

VÍDEO: adolescente fica em estado gravíssimo ao ser atropelado no Monte Castelo

assomasul diretoria

Assomasul irá pagar quase R$ 6,5 milhões por capacitação de servidores

Últimas Notícias

Brasil

Tarifa social de energia elétrica é aprovada em comissão do Congresso

O texto isenta famílias de baixa renda da conta de luz em casos de baixo consumo

Polícia

Atirador em moto dispara nove vezes contra casal em Gol no Aero Rancho

A Polícia Militar foi acionada e a Polícia Civil apura o caso

Trânsito

VÍDEO: adolescente fica em estado gravíssimo ao ser atropelado no Monte Castelo

Jovem foi levado pelos Bombeiros para atendimento

Polícia

Jornalista é acusado de estuprar menino de 11 anos em Campo Grande

O suspeito é acusado de oferecer bebidas, comidas, jogos de videogame e piscina para 'conquistar' os menores de idade