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Transparência

Após ‘Sangue Frio’, Hospital Universitário inaugura radioterapia em Campo Grande

Oito anos após a operação, a unidade será inaugurada em Campo Grande
Arquivo -

O Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), inaugura na próxima sexta-feira (20), em , o bunker da Radioterapia, o CPC (Centro de Processamento Celular) e a AVC (Unidade de Acidente Vascular Cerebral). A cerimônia será realizada no auditório Inard Adami, no prédio de Bioclínica Química (antigo LAC), e transmitida pelo Facebook.

As obras são resultado de medidas adotadas pela administração, incluindo a (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), depois da Operação Sangue Frio, deflagrada pela Polícia Federal em 2013 para desarticular a “Máfia do Câncer” e que implicou dois médicos da unidade por peculato, após irregularidades em licitações. A Justiça chegou a determinar um ano antes que o hospital recebesse os equipamentos de radiologia.

Bunker 

Segundo divulgado pela assessoria de imprensa, o bunker conta com um acelerador linear para radioterapia e faz parte do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS (Sistema Único de Saúde), desenvolvido pelo Governo Federal. Há mais de dez anos os serviços de radioterapia do Humap-UFMS/Ebserh estavam parados por falta de equipamentos e de profissionais. 

Uma fiscalização realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União), em 2017, apontou irregularidades na composição da força de trabalho multidisciplinar para tratamento oncológico. A fiscalização foi realizada para acompanhar a aplicação de recursos do Ministério da Saúde para média e alta complexidade, incluindo relacionados ao diagnóstico e tratamento do câncer na unidade.

A vistoria também apontou que a construção do bunker nem havia sido iniciada. Segundo o primeiro cronograma do Ministério da Saúde, o serviço já deveria estar em operação desde maio de 2019. No entanto, em junho daquele ano, o Ministério prorrogou a entrega para fevereiro de 2020. Muito antes, em 2012, o juiz federal da 1ª Vara de Campo Grande, Ronaldo José da Silva, concedeu determinando que a direção do Hospital Universitário recebesse os equipamentos de radioterapia, que seriam enviados pelo Ministério da Saúde.

Naquela oportunidade, a administração do hospital alegava que não tinha servidores especializados para operar o equipamento, motivo pelo qual tentava suspender a entrega. Contudo, o magistrado entendeu que a operacionalização do serviço reduziria gastos públicos com a realização de exames em clínicas privadas, bem como diminuiria a fila de atendimentos.

Em dezembro de 2018, a direção do Humap assinou a ordem de serviço. O bunker ocupa espaço físico de 210 metros quadrados, com investimentos de mais de R$ 5 milhões provenientes do Ministério da Saúde. Desses, aproximadamente R$ 2,7 milhões foram investidos na obra e R$ 2,4 milhões na compra de equipamentos. Vinte novos pacientes serão atendidos por mês no local.

“O bunker da radioterapia vai garantir atendimentos de qualidade à população e também proporcionará avanços à pesquisa e ao ensino dos acadêmicos e residentes. O novo acelerador linear, por ser um equipamento moderno, vai trazer mais conforto aos pacientes durante o tratamento”, diz o superintendente do Humap, Cláudio César da Silva.

CPC

O Centro de Processamento Celular (CPC) do Humap-UFMS/Ebserh foi o último implantado no Brasil e permite que a Rede BrasilCord passe a contar com 16 Bancos Públicos de Sangue de Cordão. O objetivo é diversificar o material genético disponível para transplantes de medula óssea e facilitar a localização de doadores compatíveis em todo o território nacional.

O CPC está pronto para realizar o processamento e a criopreservação de células tanto hematopoiéticas quanto mesenquimais, um dos seus maiores diferenciais. As fontes de  células-tronco mesenquimais são diversas. A experiência dos profissionais e pesquisadores que atuam no Humap e no CPC consiste no processamento imediato de células do tecido adiposo, da polpa dentária, do cordão umbilical e da medula óssea.

AVC

A Unidade de AVC iniciou as atividades em maio de 2019, como projeto-piloto. No primeiro ano de funcionamento, foram atendidos 286 pacientes. Desses, 73% com AVC isquêmico, sendo que 23% deles receberam medicação trombolítica. O tempo médio da entrada do paciente no Humap até a realização da tomografia é de 15,8 minutos. Já o tempo médio da entrada no hospital até receber a medicação é de 27 minutos. 

Entre julho de 2020 e janeiro de 2021, foram 170 pacientes. Desses, 30 conseguiram receber o tratamento trombolítico — 49% dos pacientes atendidos na Unidade conseguiram realizar tomografia computadorizada de crânio nos primeiros 25 minutos de atendimento e 86% receberam a medicação (alteplase) dentro da primeira hora de atendimento. No Brasil, a média de pacientes com AVC que conseguem chegar a tempo de serem medicados é de 3 a 4%.

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