O juízo da 4ª Vara Criminal Residual de rejeitou nova investida da defesa de Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), para escapar de ação penal que implica o em roubo majorado.

Rodrigo ingressou com exceção de suspeição, ou seja, pôs em xeque a imparcialidade da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna para julgar o feito. Além disso, pediu a interrupção do andamento do processo. Os dois pleitos foram negados, conforme publicado no Diário da Justiça Estadual.

Apesar da exceção de suspeição, May Melke já decidiu favoravelmente ao filho do governador de Mato Grosso do Sul em agosto do ano passado. Na ocasião, ela rejeitou a denúncia do MPMS (Ministério Público Estadual) que apontava a participação de Rodrigo na tentativa de roubo de propina, bem como nos planos para a execução do corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, o “Polaco”.

Presos, os envolvidos no roubo e assassinato frustrados delataram Rodrigo Souza e Silva como mandante dos crimes. A motivação, segundo investigações no âmbito da , da Polícia Federal, seria porque Polaco estaria pedindo mais dinheiro para manter o silêncio sobre o que sabia do esquema de pagamento de propina ao governador Reinaldo Azambuja pela JBS. O arranjo não deu certo, porque o corretor de gado desconfiou dos planos e mandou outra pessoa receber o dinheiro em seu lugar.

Reinaldo, Rodrigo, Polaco e mais 21 pessoas estão entre os denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia, que cita o orquestramento do roubo, aponta que o governador tucano recebeu R$ 67,7 milhões em vantagens ilícitas. Em troca, concedeu benefícios fiscais que desfalcaram os cofres estaduais em R$ 209,7 milhões.

TJ acatou recurso e aceitou denúncia de roubo contra filho de Reinaldo Azambuja

O MPMS recorreu da rejeição da denúncia e o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) derrubou a decisão da juíza May Melke Siravegna. A ação penal tramita em segredo.

Em outubro, às vésperas de uma audiência, a magistrada suspendeu o processo por 60 dias. A justificativa adotada foi a de novo coronavírus.