A 2ª Câmara Criminal do (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) aceitou por unanimidade, em julgamento ocorrido há pouco, recurso do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra a decisão que rejeitou denúncia criminal de roubo majorado contra Rodrigo de Souza e Silva, filho do governador (PSDB).

O recurso do Ministério começou a ser votado na última terça-feira (11), durante a sessão da 2ª Câmara Criminal. Na ocasião, haviam votado a favor o relator do caso, desembargador José Ale Ahmad Netto, e o desembargador Jonas Hass Silva Júnior. O juiz em substituição Waldir Marques pediu vistas do caso para poder votar, adiando o julgamento.

Nesta terça-feira (17), os dois desembargadores mantiveram o voto aceitando o recurso do MPMS, sendo acompanhados pelo juiz Waldir, que após pedido de vista também se manifestou pela continuidade da denúncia. Conforme o TJMS, após julgamento favorável ao recurso o processo deve retornar à juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de .

Rodrigo é acusado pelos três promotores do Patrimônio Público de Campo Grande, Adriano Lobo Viana de Resende, Marcos Alex Vera de Oliveira e Humberto Lapa Ferri por ser o mandante de um roubo de propina que deu errado e por ter supostamente encomendado uma execução.

A reportagem do Jornal Midiamax tentou entrar em contato com o advogado de defesa de Rodrigo, Gustavo Passarelli, mas ele não atendeu nem retornou às ligações até a publicação desta matéria. Ele não compareceu à sessão de julgamento nesta tarde.

Revelação constou em decisão do STJ

Filho do governador Reinaldo Azambuja, Rodrigo ficou preso por cinco dias após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) deflagrar a Operação Vostok. Na época, o aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, afirmou que teria sido contratado por Rodrigo para roubar e executar o corretor de gado José Ricardo Gutti Gumari, o ‘Polaco'.

A revelação constou na decisão do ministro Felix Fisher. Segundo a decisão, “no bojo das investigações, verificou-se a possível arregimentação de eventual eliminação/morte de um dos atores da organização criminosa, o investigado José Ricardo Gutti Gumari, conhecido como “Polaco”, em decorrência da sua ausência de fidelidade a organização”.

Conforme o documento, Polaco estaria chantageando os envolvidos no esquema, sob ameaça de que faria uma delação premiada. Consta ainda que o Preso por suposto roubo de veículo na BR-262, Vareiro denunciou o plano, supostamente encabeçado pelo filho do governador.

Na época, o lavador de carros denunciou que roubou “propina” de R$ 270 mil paga por integrantes da administração estadual a Polaco. Articulador do roubo, Vareiro exigiu a presença do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para revelar como orquestrou o crime.

De acordo com denunciante, o filho de Reinaldo Azambuja teria lhe procurado para encomendar o roubo da propina destinada a Polaco, além da morte do corretor.