Listada entre as mais de 100 pessoas intimadas a depor na durante a força-tarefa da Operação Vostok, a mãe do governador , Zulmira Azambuja Silva, foi dispensada de depor durante a série de oitivas no início deste mês. A informação é do advogado da família, Gustavo Passarelli.

Nos dias 3 e 4 deste mês, seguindo determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), delegados da Polícia Federal de Brasília ouviram depoimentos de testemunhas e acusados em desdobramento da operação, que completou um ano no último dia 12 de setembro. As oitivas aconteceram nos estados de São Paulo, Paraná, Ceará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Aqui no Estado, nos dois dias, foram ouvidas 81 pessoas, duas delas foram depor na sede da PF em Dourados, enquanto outras 79 na sede campo-grandense. Mais 15 pessoas foram ouvidas em outras unidades federativas.

A lista com todos os nomes está em despacho da polícia judiciária assinado pelo delegado Leandro Alves Ribeiro, em 13 de agosto deste ano, determinando as intimações. A lista completa com as pessoas e empresas convocadas pode ser conferida ao clicar aqui.

Foram ouvidas figuras como o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), além de dois ex-secretários estaduais no primeiro mandato de Reinaldo Azambuja: o atual conselheiro do (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Márcio Monteiro, e o pecuarista Nelson Cintra.

Além deles, o empreiteiro João Baird, o pecuarista Ivanildo Miranda e o irmão do governador, ‘Beto Azambuja', também estiveram na sede da Polícia Federal.

Zulmira Azambuja Silva, mãe do governador Reinaldo, estava entre os intimados, mas acabou dispensada. “Não foi necessário ela prestar depoimento. Avisaram que não seria necessário”, relatou o advogado Gustavo Passarelli ao Jornal Midiamax, nesta segunda-feira (16).

Operação Vostok

A Operação Vostok investiga suposto esquema da JBS, delatado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, para pagamento de bois que não eram entregues e nem abatidos, por meio de notas frias, de forma a repassar propina para beneficiários em troca de benefícios fiscais na Sefaz-MS (Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul).

Testemunhas ouvidas pelo Jornal Midiamax, após os depoimentos feitos em Campo Grande, afirmaram que foram perguntados sobre uma conta bancária utilizada para realizar tais transações e que contava com R$ 12 milhões.

Já um dos investigados, o conselheiro do Tribunal de Contas e ex-secretário de Fazenda, Márcio Monteiro, teria respondido sobre empréstimos bancários realizados por ele dentro do período a que se refere as investigações da PF. Outro investigado, o ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, afirmou que as perguntas foram repetidas.

No dia 10 de setembro, foi ouvido José Ricardo Guitti Guimaro, o Polaco, na sede da PF em Brasília.

Polaco seria peça-chave da investigação e foi ouvido em Brasília por que não morar mais em Mato Grosso do Sul. Atualmente, ele reside no Pará. Quem o acompanhou na sede da PF foi o advogado sul-mato-grossense José Roberto Rosa.

“Ele foi questionado sobre a investigação toda, ligações com o governador, filho do governador, outros políticos. Ele disse que é só um comerciante, corretor de gado, e que não tem ligação com nada daquilo”, relatou José Rosa.