A SES (Secretaria Estadual de Saúde) prorrogou contrato para manutenção do com a empresa SDI Informática e Construções LTDA, que foi um dos alvos da Operação Nota Zero da Polícia Federal, deflagrada nesta semana. O extrato de termo aditivo foi publicado nesta sexta-feira (10) no Diário Oficial do Estado.

O contrato é de prestação de serviços de manutenção preventiva, corretiva e de serviços eventuais por meio de registro de preços e foi assinado, após tomada de preços, pelo então secretário de Saúde Carlos Alberto Moraes Coimbra.

O valor inicial do contrato era de R$ 536.586,05 pelo prazo de seis meses, a contar de outubro de 2018. Na publicação desta sexta-feira, foi prorrogada a vigência do contrato, passando a valer de abril deste ano até outubro. Assinam o atual secretário Pereira e Marcelo Curvelo da Silva, representante legal da empresa.

Operação Nota Zero

A empresa SDI Informática e Construções, com sede em Campo Grande, é uma das investigadas pela Polícia Federal por suspeitas de conluio em editais para que um grupo de empresários vencesse parte das licitações de reformas em escolas estaduais com recursos federais. A empresa manteve desde 2015, quando começou a prestar serviço para o poder público, R$ 12.803.233,80 em empenhos somente com a SED (Secretaria Estadual de Educação).

A SDI é a vencedora da tomada de preços 22/2017, que recebeu R$ 806.120,19 para a reforma da Escola Estadual Padre Constantino de Monte, em Maracaju, distante 160 quilômetros de Campo Grande, e está sob investigação na operação realizada em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União).

Foram empenhados R$ 686.943,08 em 2015, R$ 1.613.534,07 em 2016, R$ 2.457.210,30 em 2017, R$ 6.545.500,68 em 2018 e R$ 1.500.045,70 em 2019. A reportagem entrou em contato com a empresa pelos números informados no cadastro da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul, mas a atendente negou que a empresa atue no local.

A PF colheu nesta semana elementos de prova da prática de crimes de corrução passiva e ativa, peculato e organização criminosa, entre outros. O objetivo é demonstrar a existência de um grupo de empresas previamente escolhidas para vencer as licitações, obstando a participação de empresas idôneas que não participam do teatro criminoso, e que estabelecem um rodízio nos certames dentro da SED, segundo nota.

A operação foi realizada em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, inclusive na SED, expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal, após manifestação do Ministério Público Federal. Ao todo, participaram da mais de 55 Policiais Federais e oito servidores da CGU.