Suposto esquema de superfaturamento em licitações da (Secretaria de Educação de Mato Grosso do Sul) que se tornou público após Operação Nota Zero deflagrada pela PF (Polícia Federal) na quarta-feira (8) revoltou professores e administrativos que, com os demais setores do funcionalismo estadual, receberam recentemente anúncio do Governo do Estado sobre o fim do abono de R$ 200,00.

Em nota, a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) classificou como fato grave e repulsiva a necessidade da presença da PF na secretaria e cobrou rigor nas investigações sobre o suposto esquema de favorecimento nas licitações para reforma de escolas estaduais.

“A Fetems rigor nas investigações, não somente para com as empresas, mas também na apuração de envolvimento ou não de agentes públicos, que supostamente podem estar envolvidos em desvios de verbas da Educação”, diz trecho da nota divulgada pela entidade.

“Como é que está faltando dinheiro e superfatura reforma? ”, questionou o presidente da federação, Jaime Teixeira. De acordo com ele, a situação fica ainda mais revoltante para os professores e administrativos porque as denúncias vieram à tona em um momento em que o governo insiste não ter limite de receita para conceder aumento.

“Se não tiver controle da despesa do Estado, não vai dar pra dar reajuste”, avaliou Jaime. De acordo com ele, em alguns casos a retirada do abono deixará servidores administrativos com salários menores que o mínimo.

Indicativo de greve

Conforme a Fetems, administrativos da educação estão dispostos a fazer greve no final deste mês caso o Governo siga com a retirada do abono. Após anúncio do fim do benefício, foram concedidos mais dois meses aos servidores enquanto durarem as negociações salariais.

Para a federação, há uma série de medidas que podem ser tomadas pelo Governo para adequação à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) antes do congelamento de salários. Entre elas, a cobrança de devedores, suspensão de isenções e o redimensionamento de comissionados.