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Transparência

Confira a lista: Prefeitos justificam porque haverá ou não festa de Carnaval em cidades de MS

Sem recursos públicos para realizar o Carnaval de rua, muitas cidades de Mato Grosso do Sul resolveram deixar de lado a folia e se concentrar nas contas públicas, ou comprar ambulâncias novas. Porém, alguns administradores conseguiram equilibrar as contas públicas e oferecer a população os dias de festa. Em levantamento feito pelo Jornal Midiamax nas […]
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Confira a lista: Prefeitos justificam porque haverá ou não festa de Carnaval em cidades de MS
Foto: Clóvis Neto

Sem recursos públicos para realizar o Carnaval de rua, muitas cidades de Mato Grosso do Sul resolveram deixar de lado a folia e se concentrar nas contas públicas, ou comprar ambulâncias novas. Porém, alguns administradores conseguiram equilibrar as contas públicas e oferecer a população os dias de festa.

Em levantamento feito pelo Jornal Midiamax nas maiores cidades do Estado ou naquelas onde a festa é tradicional, em pelo menos nove os prefeitos optaram por não fazer a festa, ou ainda vão bater o martelo sobre o assunto na próxima semana, porém, há grandes chances de passar pela data em branco.

A principal justificativa dos prefeitos para não realizar a festa popular é a crise econômica que tem afetado o Brasil inteiro nos últimos anos. Entretanto, os administradores que farão a festa dizem o contrário, e justificam a movimentação da economia.

Farão a festa:

Corumbá

O maior e mais tradicional Carnaval de Mato Grosso do Sul está confirmado para 2019. Segundo dados da prefeitura local, serão destinados R$ 660 mil para a Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá) e R$ 240 mil para a Liblocc (Liga Independente dos Blocos Carnavalescos de Corumbá).

Para a prefeitura, o Carnaval possui um contexto bastante diferente das demais cidades do Estado, mas em Corumbá ele é “muito mais que uma festa popular, significa investimento”. São gerados mais de mil empregos diretos no pré-Carnaval e nos dias de folia na cidade. A rede hoteleira da cidade já está com 100% de reservas e ainda se espera que milhares de bolivianos cruzem a fronteira para curtir a festa brasileira.

Em 2018 foram investidos pela prefeitura de Corumbá, em parceria com o Governo do Estado, R$ 3,5 milhões, valor que será repetido este ano. O Carnaval do ano passado injetou R$ 10.537.863,07 na economia local.

Campo Grande

A Prefeitura de Campo Grande já confirmou repasse às escolas de samba da Capital. Ao todo serão investidos R$ 300 mil nas duas noites de desfile. A administração pública não confirmou repasse aos blocos de rua que tomam a Esplanada Ferroviária no período, segundo a assessoria, isso “dependerá dos encaminhamentos da reunião que ocorrerá com o MPMS [Ministério Público de Mato Grosso do Sul]”.

Três Lagoas

Depois de dois anos sem realizar a festa, o prefeito de Três Lagoas Angelo Guerreiro decidiu investir no Carna Três Folia, pensando na população. O baile de Carnaval este ano será realizado no pátio da Galpão da N.O.B. no dia 2 de março, já o desfile das escolas de samba será no dia seguinte, na Avenida Rosário Congro.

“Após economizar dois anos seguidos (foram realizados pequenos eventos), em 2019 vamos dar a oportunidade à população de Três Lagoas se confraternizar nos dias de feriado”, disse o prefeito.

Bodoquena

Diferente das cidades próximos, Bodoquena já confirmou três dias de folia em março. De acordo com o prefeito Kazuto Horii, a prefeitura não tem condições financeiras para fazer os cinco dias de festa, mas já garantiu parte dele. O restante dependerá de parceria com o Governo do Estado, que será discutida na semana passada.

“Para nossa cidade compensa muito, porque como ela não é tão conhecida como Bonito, esse tipo de evento traz gente de fora e é uma forma de divulgar as belezas naturais no município, além disso o comércio bomba”, declarou o Horii.

Paranaíba

Com parcerias com empresas, a prefeitura de Paranaíba conseguiu confirmar o Carnaval para este ano, depois de passar em branco em 2018. Segundo o prefeito Ronaldo Miziara, a administração pública conseguiu patrocinadores, que já garantiram o som e a banda, que será da própria cidade, uma forma de economizar.

“Nós não podemos gastar dinheiro público com esses eventos, estamos passando por dificuldades, mas como fizemos a festa de réveillon aqui e deu bastante gente, nós entendemos que muitos moradores não tem condições de sair da cidade para aproveitar essas festas em outros locais e decidimos buscar parceiros para realizar o Carnaval”, explicou Miziara, que completou lembrando que nenhum dinheiro público será gasto no eventos e que agora eles buscam parceiros para patrocinarem a decoração da avenida onde a folia acontecerá. O prefeito também frisou que não será cobrada a entrada.

Não farão:

Aquidauana

Passando por uma crise financeira, a cidade de Aquidauana decidiu não fazer o Carnaval neste ano porque não conseguiu pagar o 13º salário dos servidores do hospital da cidade, que passa por uma intervenção.

“Estamos passando por um momento difícil, de queda na arrecadação e não temos clima para fazer festa. Se tivéssemos com a saúde financeira boa, com certeza proporcionaríamos isso para os moradores, mas como não estamos optemos por não fazer”, afirmou o prefeito da cidade, Odilon Ferraz Alves Ribeiro.

Segundo o gestor público, caso fosse realizar a festa, a cidade gastaria em torno de R$ 80 mil. “Não temos esse dinheiro, então é melhor investir em outra área ou cumpri com os compromissos”.

Coxim

Sem pagar o salário de dezembro para parte dos servidores, a prefeitura de também entra na lista das cidades que ficarão de fora do circuito festivo do Carnaval. De acordo com o prefeito Aluízio São José, 18% dos funcionários públicos não receberam.

“Nós apoiamos a cultura e achamos importante, mas não estamos com as finanças em dia, então não vamos fazer. Coxim foi a cidade que mais perdeu alíquota com a redução do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], então não temos recursos disponíveis”, contou o prefeito. O último Carnaval feito pela cidade foi em 2014.

Chapadão do Sul

Por conta das fortes chuvas que acontecem todo ano na região durante o período de Carnaval, o prefeito de Chapadão do Sul, Carlos Krug, decidiu não fazer mais a festa. Segundo ele, dos cinco dias da festa, costuma chover em três, o que espanta a população. “Ano passado chegamos a fazer uma enquete para ver se a população queria o Carnaval e a maioria decidiu que não. E aqui também não é uma festa que faz parte da cultura, como em outros lugares. Então optamos por gastar em outras áreas”.

Segundo o prefeito, uma festa de Carnaval na cidade não custaria menos que R$ 500 mil.

Rio Verde

Pensando em terceirizar a festa, a prefeitura de Rio Verde decidiu que não gastará verba pública no Carnaval, mas fará um chamamento público para que, caso uma empresa se interesse, faça a festa em um espaço público cedido pela administração municipal.

“Vamos disponibilizar o espaço, a segurança, mas não temos dinheiro para arcar com as outras despesas, então vamos ver se alguém se interessa em fazer a festa. Ano passado fizemos, mas o Governo do Estado deu a banda, só que esse ano eles não poderiam ajudar. Como está todo mundo em dificuldade, optamos por não esbanjar”, afirmou Mário Alberto Kruger.

Ainda segundo o prefeito, caso haja o evento terceirizado, poderá haver cobrança da entrega por parte dos organizadores.

Anaurilândia

Com o foco na geração de empregos, o prefeito de Anaurilândia, Edson Stefano Takazono, afirmou que não fará o Carnaval este ano para investir a verba na captação de empresas que invistam no município.

“Nossa situação financeira está controlada, mas optamos por utilizar o recurso para trazer empresas que possam movimentar a economia e gerar emprego e renda aos moradores”, afirmou.

Este é o terceiro ano que a administração municipal não realiza a festa.

Bonito

Com uma enquete que perguntava à população de Bonito se ela preferia a realização do Carnaval ou a compra de uma viatura, a prefeitura praticamente colocou uma pá de cal em cima da folia, já que a maioria dos moradores optaram pelo investimento na saúde.

Segundo a prefeitura, o turista de Carnaval gasta menos que o ecoturista, perfil que não agrada a administração municipal.

Jardim

O prefeito de Guilherme Alves Monteiro anunciou pelo twitter que não haverá a festa e que o dinheiro será usado para o pagamento de rescisões, fornecedores, kits e uniformes escolares. Nos dias de folia seriam gastos, segundo ele, R$ 95 mil pela cidade.

“Carnaval será realizado pela prefeitura de Jardim? Não! Foi orçado um valor de R$ 95 mil para 3 noites e uma matinê. Porém, usaremos este dinheiro para pagar rescisões de servidores, kits e uniformes escolares, além de fornecedores. Obrigado pela compreensão”, informou.

Terenos

Seguindo a onda de anúncios pelas redes sociais, o prefeito de Terenos, o prefeito Sebastião Donizete Barraco afirmou que os recursos que seriam utilizados para o Carnaval, que seriam de fonte 6 (recursos próprios), deverão ser realocados e investidos em saúde e no lazer, atendendo a pedido da população. Ele não revela o valor total.

Não sabem:

Dourados e Ribas do Rio Pardo ainda não decidiram se farão ou não a festa de Carnaval, as prefeituras pretendem se reunir na próxima semana para decidir, porém, segundo a assessoria de imprensa de ambos, há grande possibilidade de que a festa não seja realizada nos municípios.

Implicação legal

De acordo com o Promotor de Justiça do Patrimônio Público de Campo Grande, Humberto Lapa Ferri, a não realocação de verbas que seriam destinadas para o Carnaval em outro setor não causa problemas para o administrador público, porque geralmente o dinheiro destinado para a realização da festa não é carimbado, ou seja, não tem obrigatoriedade de que seja investido somente nela.

Como é uma festa que acontece todos os anos, apenas em poucos casos, como no Rio de Janeiro, ela vem com destinação certa. “Geralmente são verbas de arrecadação, então o prefeito por fazer alterações de onde pretende investi-las, desde que não seja carimbada, mas isso é bem difícil se tratando do Carnaval em Mato Grosso do Sul, ainda mais no interior”, esclareceu o promotor que é responsável pela 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da Capital.

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