O cancelamento de milhares de títulos em municípios sul-mato-grossense que já passaram por processo de revisão de eleitorado pode gerar corrida de eleitores impedidos de votar em 2020.

Somente em Três Lagoas, na última semana, a juíza eleitoral Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, titular da 9ª zona eleitoral, determinou o cancelamento de 19.791 mil títulos de eleitores que não compareceram ao processo de cadastramento biométrico obrigatório. O número corresponde a 23,7% do eleitorado total do município.

A medida é tomada quando termina o prazo para comparecimento nos cartórios eleitorais e é direcionada à suspensão dos documentos pertencentes aos eleitores que não compareceram. Para regularizar, é preciso comparecer ao cartório eleitoral e ser cadastrado para biometria, antes do prazo estabelecido pela legislação. O calendário eleitoral de 2018 ainda não foi divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Nas últimas eleições municipais, mesmo sem biometria era possível votar normalmente em cidades que não haviam passado pelo cadastramento obrigatório. Mas, de acordo com calendário do , somente em 2019 18 cidades passarão pelo processo. Até o momento, em praticamente todos os locais por onde a biometria passou houve títulos passíveis de cancelamento. A suspensão ocorre como penalidade pelo não comparecimento para atualização de dados junto à Justiça Eleitoral.

De acordo com o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), a meta é que pelo menos 75% do eleitorado compareça à revisão eleitoral e cadastramento da biometria. Segundo informado pela assessoria de imprensa do órgão eleitoral, a média percentual nos municípios de MS tem sido de comparecimento de cerca de 80% do eleitorado.