Prefeitura é multada em R$ 37 milhões por descumprir acordo com o MPE-MS

Gestão de Beto Pereira contratou mais comissionados que concursados 

Arquivo – 10/05/2017 – 00:35

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Deputado federal Beto Pereira afirmou que não concorda com cortes
Deputado federal Beto Pereira afirmou que não concorda com cortes

Gestão de Beto Pereira contratou mais comissionados que concursados 

Descumprimento de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre o MPE (Ministério Público Estadual) e a Prefeitura de Terenos, ainda na gestão do ex-prefeito Beto Pereira, atual deputado estadual pelo PSDB, rendeu ao Município multa de R$ 37 milhões de reais. À época, a Prefeitura foi acionada por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e ter no quadro de funcionários mais comissionados que de trabalhadores concursados.

Conforme os autos, em novembro de 2005 o MPE notificou a Prefeitura acerca das contratações de comissionados que extrapolavam o limite prudencial. Na época, a gestão de Pereira destinava 54% do orçamento municipal ao pagamento de funcionários, sendo que a Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que o limite máximo com pagamento de pessoal deve ser de 50%.

Na ocasião, Termo de Ajustamento de Conduta foi assinado pelo então prefeito Beto Pereira. O acordo dava à administração prazo de 100 dias para demitir os contratados excedentes e providenciar realização de concurso público, caso fosse necessário. A diária acordada em caso de descumprimeito foi de R$ 5 mil por dia, após excedido o prazo.

Pelo não cumprimento do trato, desde fevereiro de 2006 foi dado início a cobrança da multa que se estendeu até até outubro de 2011, quando enfim a Prefeitura adequou o quadro de funcionário. Agora, a dívida do Município com a Justiça soma R$ 37 milhões, porém, a atual administração acredita que por causa das correções, o valor pode chegar a R$ 50 milhões.

O procurador geral de Terenos, Rubens Vilalba, explica que agravo de instrumento contestando a cobrança tramita no Tribunal de Justiça, que discute a aplicação da penalidade. “Isso é uma insegurança para a administração, uma coisa que pode explodir a qualquer momento e quebrar o Município, não temos esse dinheiro, e se o juiz decidir que o pagamento deve ser feito vamos recorrer para outras instâncias”, afirma. Ainda conforme o procurador, a receita de Terenos é de R$ 4,5 milhões.

Tentamos falar com o deputado Beto Pereira (PSDB), mas até o fechamento desta matéria não conseguimos contato.