Não há recomendação para romper com a Itel, diz

Contratos entre a Itel Informática e o Governo do Estado – na casa dos R$ 200 milhões – devem ser mantidos, disse na manhã desta segunda-feira (27) o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). Segundo ele, até o momento não há manifestação por parte de órgãos competentes para rever acordos do Poder Público estadual com a empresa.

O MPF (Ministério Público Federal) recomendou, na semana passada, que os contratos do governo estadual com a Proteco Construções, de João Amorim, fossem suspensos. Também pediu que os acordos sejam submetidos a auditoria.

“Suspendemos o pagamento e execução de contrato com as empresas envolvidas. Não há nenhuma manifestação dos órgãos competentes com relação a estas outras empresas”, disse Reinaldo, quando questionado sobre a relação entre o governo e a Itel Informática. A Proteco é, por exemplo, responsável pelas obras do Aquário do Pantanal.

Ocorre que existem suspeitas sobre ligação entre João Amorim e João Baird, dono da Itel. A empresa do primeiro é o principal alvo da Operação Lama Asfáltica, que apura suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraudes em licitações.

Conforme o Jornal Midiamax apurou, Baird e Amorim estariam ligados por meio de empresas sediadas na Holanda, com pelo menos uma sócia em comum. Tal suspeita de ligação levou o MPE (Ministério Público Estadual) a recomendar que a Prefeitura de Campo Grande suspenda contratos com a Itel e Proteco – o Município, por enquanto, não se manifestou a respeito.

Há contratos da Itel em várias esferas do governo estadual. O último deles, no valor de R$ 9,9 milhões, foi firmado em maio deste ano com a Secretaria de Estado de Educação, conforme extrato publicado no Diário Oficial do Estado, enquanto uma ação na Justiça Federal remonta a suspeitas de que, entre 1999 e 2003, tenha havido irregularidades na casa de R$ 30 milhões por conta de contrato de outra empresa de Baird com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

Até o momento, o governo seguiu a recomendação do MPF em relação à Proteco. “O Aquário está parado. Notificamos a Egelte – outra empreiteira da obra – e estamos aguardando manifestação da empresa”, comentou Reinaldo, após agenda pública na Governadoria, nesta manhã: “esperamos que haja rigorosa apuração, se houve desvio, que volte o dinheiro aos cofres públicos; os investigadores terão amplo acesso a qualquer documento que solicitarem, para garantir a celeridade nas apurações”.