‘Nem por cinquentão’: servidores temem se expor e adesivos eleitorais empacam nos órgãos públicos

Nem os nomeados e comissionados estão deixando os adesivos eleitorais nos carros, com medo de se expor do lado errado em Campo Grande

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Resistência de servidores para adesivos eleitorais expõe fragilidade de pré-campanha em Campo Grande (Ilustração)
Resistência de servidores para adesivos eleitorais expõe fragilidade de pré-campanha em Campo Grande (Ilustração)

Adesivos eleitorais que já deveriam estar forrando estacionamentos empacam nos órgãos públicos. De acordo com cabos eleitorais, servidores estão confusos e temem se expor porque acham que pré-candidatura não empolga todos do grupo político.

Assim, coordenadores de pré-campanha já deram até chilique reclamando da dificuldade para espalhar nome de indicado para as eleições de 2024. Além disso, números não deslancham e tudo vira justificativa para o baixo desempenho.

“Nem por cinquentão de gasolina tá rolando, porque todo mundo ainda tá com medo de assumir posição”, relata correligionário que carrega caixa cheia de adesivos eleitorais no banco de trás do carro.

“Até os comissionados estão resistindo. Todo mundo quer esperar mais um pouco. Isto é ruim, porque estamos perdendo tempo precioso para tornar o nome do pré-candidato menos desconhecido”, lamenta.

Adesivos eleitorais controversos em pré-campanha controversa

A resistência dos servidores comissionados e até dos nomeados sem concurso para liberar os vidros dos automóveis é mais um problema para pré-campanha que, segundo quem está dentro, segue controversa e enrolada desde o início.

Até a arte dos adesivos eleitorais teria supostamente causado crise. Divergências sobre como usar o nome do pré-candidato, que cores adotar e até mesmo onde imprimir marcaram a iniciativa que caminha para o fracasso.

“Tem uma ala grande preocupada em não ofender o chefe maior, porque ninguém acha que o candidato seja dele de verdade… E ainda tem outra ala de quem tenta agradar o grupo antigo porque acha que, se elegerem o pré-candidato deles, vão assumir de tudo o comando de tudo”, resume decano partidário que acompanha tudo de camarote.

“Mas, no fim, todos estão mais preocupados com o próprio rabo do que com a candidatura. Todos querem saber onde e como ganhar algum dinheiro desde já na campanha. É esta diferença básica com a última eleição que estão ignorando”, alerta.

Segundo ele, a crise que está empacando os adesivos eleitorais é só mais um sintoma da desarticulação no ninho.

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