Fiéis reclamam de parlamentar que usa nomeação cruzada para acomodar sogro

Fiéis descobriram que casal usou nomeação cruzada para acomodar sogro com salário de quase R$ 5 mil em Campo Grande

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Nomeação cruzada para acomodar sogro pode virar escândalo entre fiéis em Campo Grande (Ilustração, Web)
Nomeação cruzada para acomodar sogro pode virar escândalo entre fiéis em Campo Grande (Ilustração, Web)

Nomeação cruzada em gabinetes de colegas tenta esconder nepotismo e acomoda sogro de parlamentar com discurso fervoroso contra corrupção. A hipocrisia, dizem, deve gerar crise entre fiéis na igreja do casal em Campo Grande.

De acordo com a denúncia, o apadrinhado ganha quase R$ 5 mil mensais e nunca foi visto no local onde deveria trabalhar.

Além disso, o nepotismo mal disfarçado com a nomeação cruzada não é o único ilícito.

Servidores dizem que o sogrão se diverte ao se apresentar como funcionário fantasma no comércio de móveis usados que mantém em Campo Grande.

No entanto, acabou falando demais e despertou a ira de gente que frequenta a mesma igreja da filha e do genro generoso.

Nomeação cruzada do sogro pode ‘escandalizar’ fiéis

Rapidamente a imoralidade virou assunto entre os irmãos, que já andam descontentes com a conduta de políticos da igreja gerando escândalo no ministério evangélico.

“Para estar à frente do povo de Deus, é preciso não escandalizar. Já estamos fragilizados com toda exposição nas últimas eleições, que derrubou muita gente da fé”, reclama fiel da igreja onde os dois vivem repetindo discursos e sermões em defesa da virtude e honestidade.

“O ministério não são só eles, e vamos sim expor mais esta situação ao ministério. Mesmo que esse esquema disfarce, é imoral e não combina com o discurso. As igrejas precisam começar a cobrar coerência dos membros políticos, ou vão espantar os dizimistas fiéis”, alerta o irmão de fé do casal.

Nepotismo: quais parentes não podem ser nomeados por políticos?

Segundo a Câmara dos Deputados, além de esposo e esposas, uma súmula vinculante do STF (Supremo Tribunal Federal) definiu os graus de parentescos proibidos para nomeações.

Políticos não podem nomear parentes para evitar que o serviço público vire ‘cabide de emprego’ para favorecer a família dos eleitos ou servidores públicos.

No Brasil, pela legislação vigente, é proibida a nomeação dos parentes por afinidade em linha reta ascendente, como é o caso do sogro do parlamentar.

Nomeação cruzada: ‘jeitinho brasileiro para esconder apadrinhados’

A nomeação cruzada acontece quando um político quer nomear um parente, mas tenta ‘driblar’ a lei que proíbe a prática do nepotismo.

Assim, um esquema encontrado para tentar esconder o ato ilegal é nomear o parente no gabinete de outro parlamentar, e ‘ceder’ uma vaga em troca no próprio gabinete.

“Você nomeia o meu parente aí, que eu nomeio o seu parente aqui. É assim que muitas nomeações na Assembleia Legislativa, por exemplo, são definidas”, diz assessor parlamentar com mais de duas décadas de experiência.

Por fim, o caso do sogro que também é dono de loja de móveis usados não é exclusivo em Campo Grande.

“Tem de tudo. Um monte de mulher de servidores de alto escalão, por exemplo, ganha nomeações em gabinetes em troca de vagas para os parlamentares nomearem quem querem em outros órgãos, autarquias e até empresas de doadores de campanha”, explica.

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