Um vendedor de importados foi à polícia, depois à Justiça, e denunciou um empresário dono de dez CNPJs, que seriam dez empresas, por embaraços na venda de um automóvel. Pela acusação, o devedor comprou o carro, deu R$ 25 mil de entrada e ficou de pagar o restante das prestações ao banco financiador. Trata-se supostamente de um megaempresário, como anunciado em suas redes sociais, morador do residencial Damha 1 — onde foram erguidos os imóveis mais caros de Campo Grande.
Ele teria dado calote, segundo o denunciante — sumiu com o carro e prometeu devolvê-lo, desde que retorne a ele o valor da entrada com acréscimos de juros. Daí a queda de braço judicial pelo malsucedido negócio.
Pelo narrado no boletim de ocorrência anotado na Polícia Civil, no dia 8 dezembro de 2022, dois anos e dois meses atrás, o vendedor firmou um contrato de compra e venda de um veículo automotor VW Nivus, saído naquele ano da fábrica, a um antigo amigo.
No combinado, o amigo daria R$ 25 mil de entrada a Ariel — o que foi feito — e quitaria o financiamento liberado pelo banco Bradesco até março de 2024.
Após acertada a conta, o empresário iria até o Detran e faria a transferência. Mas nada disso aconteceu, segundo a denúncia.
“Todavia, passados mais de dois anos desde a celebração do contrato, o empresário não cumpriu com suas obrigações contratuais. Nenhuma parcela foi quitada junto ao banco financiador, não houve a regularização documental do veículo perante o Detran, tampouco foram tomadas as providências necessárias para a transferência do bem”, afirma o denunciante.
Consequentemente, o vendedor permaneceu responsável pelo financiamento, sofrendo os ônus da inadimplência.
Ele narra também que, “diante da situação de inadimplência e da ausência de resolução amigável”, ele lavrou o boletim de ocorrência nº 87/2025 na Depac-CG (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário – Centro) em 16/06/2025, “buscando formalizar a ocorrência dos fatos e resguardar seus direitos”.
Ainda pela acusação, em 27 de maio de 2025 — pouco mais de 20 dias atrás —, o empresário, em conversa via WhatsApp, teria debochado da situação, exigindo o valor inicial pago com “juros e correção” para devolver o bem. Para o vendedor, o empresário teria “zombado dele” ao afirmar que o vendedor de importados está com o “nome todo sujo”.
Considerando-se os argumentos citados pelo empreendedor de dez investimentos e morador de uma região onde o imóvel custa ‘milhões de reais’, “tal atitude revela o intuito de obter vantagem indevida e de causar constrangimento ao noticiante”, segundo o vendedor. Por isso, ele pediu que o caso fosse investigado.
OUTRA VERSÃO
O empresário, que desautorizou ter o nome publicado, por WhatsApp, sustentou em diálogo com a reportagem outra versão.
“Está equivocada essa denúncia: o vendedor, antes de ir embora para os EUA, estourou o nome dele em diversos bancos aqui, e foi embora. Me vendeu o carro para que esse fosse quitado com um deságio para compensar o valor que eu lhe dei. Na época, o carro era avaliado em R$ 110 mil, e a dívida [com o banco] 120 mil. Dei esse valor [R$ 25 mil] a ele para ir embora e, quem sabe, conseguir quitar esse carro futuramente mais barato. Coisa que não aconteceu por conta que ele fez dívida em diversos bancos por aqui. Quando ele voltou, tentei acordo no banco e mesmo assim não baixou o valor; dei a ele mais um valor para ele esperar mais e, assim, estou até agora esperando uma chance de reaver meu dinheiro. Que dispus a ele para poder ajudar um amigo, que agora ele me trata como inimigo, pois agora voltou e viu as m*rdas que fez”.
O vendedor disse ao Midiamax que o banco lhe cobra em torno de R$ 100 mil pelas parcelas em atraso. O empresário em questão disse ainda que paga R$ 50 mil pelo carro, soma que seria uma espécie de recuperar os R$ 25 mil assim que adquiriu o automóvel.
Ele contou ainda que não foi notificado de nenhuma ação.
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